Saúde

50% dos jovens adultos sofreram ansiedade, burnout, ataques de pânico e depressão no último ano

Notícias de Coimbra | 5 horas atrás em 09-10-2025

A saúde mental continua a destacar-se como um dos maiores desafios dos portugueses, revela a segunda edição do Estudo Nacional de Saúde – Estado de Saúde Geral da População Portuguesa, desenvolvido pela Marktest para a Medicare, que traça um completo e abrangente retrato do estado de saúde geral da população portuguesa.

Os dados mostram um fosso persistente entre a necessidade de apoio e o acompanhamento efetivo, uma elevada incidência de sintomas relacionados com a saúde mental e uma percepção generalizada de falta de valorização do tema no contexto profissional.

Por altura de mais um Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro), o Estudo Nacional de Saúde – Estado de Saúde Geral da População Portuguesa revela que 34,6% dos portugueses entre os 18 e os 64 anos sofreram, nos últimos 12 meses, sintomas do foro mental, como ansiedade, burnout, ataques de pânico, depressão ou outros. Tal como registado na edição de 2023, volta a observar-se uma incidência acima da média global nos jovens adultos: 49,8% entre os 18 e os 24 anos, e 41,7% entre os 25 e os 34 anos.

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Em linha com estes resultados, este estudo conclui ainda que quase um terço da população (29,7%) admitiu ter sentido necessidade de recorrer a um profissional de saúde mental no último ano. Esta percentagem sobe para 42,1% na faixa etária dos 18 aos 24 anos, para 36,9% entre os 25 e os 34 anos, e para 37,7% se considerarmos apenas as respostas dos indivíduos do género feminino. Apesar desta necessidade sentida por cerca de 30% dos indivíduos, apenas 17,1% acabaram por ter uma consulta de especialidade em saúde mental.

Também quase 30% dos portugueses (29,3%) afirmam não se sentir à vontade para falar sobre saúde mental com familiares ou amigos, valor superior ao registado em 2023 (25,4%). A análise por faixas etárias mostra, no entanto, que os jovens dos 18 aos 24 anos revelam hoje maior abertura para discutir o tema, em contraciclo com os restantes grupos etários.

Entre aqueles que sentiram necessidade de recorrer a um profissional de saúde mental no último ano, verifica-se igualmente uma quebra na abertura para abordar o assunto com familiares ou amigos – de 62% em 2023 para 53,5% em 2025 –, indiciando que o estigma permanece mais forte entre quem mais precisa de ajuda.

Numa análise geracional, é possível observar que os jovens dos 18 aos 24 anos são o grupo mais afetado, com quase metade dos inquiridos a reportar sintomas de ansiedade, burnout ou depressão e mais de 40% a admitir necessidade de apoio especializado.

O estudo mostra que 41,7% das mulheres reportaram sintomas de ansiedade, burnout e depressão, entre outros, face a 27% dos homens. Consequentemente, acabam por ser as mulheres quem mais sente necessidade de procurar ajuda e recebe esse acompanhamento.

Também cerca de 60% da população portuguesa considera que a saúde mental não é devidamente valorizada na empresa ou instituição onde trabalha, uma perceção particularmente evidente na faixa etária dos 45 aos 54 anos e entre aqueles que sentiram necessidade de procurar ajuda profissional ou tiveram sintomas.

“A saúde mental é uma dimensão crítica do bem-estar e da produtividade. Quando seis em cada dez portugueses sentem que não é valorizada no trabalho, estamos perante um desafio também económico e social. O estudo evidencia essa realidade e mostra a importância de respostas acessíveis, incluindo soluções digitais que aproximam o apoio dos cidadãos”, sublinha Filipe Freitas Pinto, Diretor Médico da Knok Healthcare.

O Estudo Nacional de Saúde – Estado de Saúde Geral da População Portuguesa, é baseado numa amostra representativa da população portuguesa e permite cruzar resultados por género, região, idade e classe social, não só na saúde mental, mas também em dimensões como o sono, o stress, a utilização de serviços de saúde e comportamentos digitais na área da saúde, incluindo o uso da inteligência artificial.

Tendo em conta a dimensão e profundidade do Estudo desenvolvido pela Marktest para a Medicare, uma reconhecida fonte sólida e comparável sobre o estado da saúde em Portugal, as conclusões e resultados sobre estes indicadores serão divulgadas nos próximos meses.

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