Saúde

“Tosse dos 100 dias” volta à Europa. Bebés correm risco de morte

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 13 minutos atrás em 08-10-2025

A tosse convulsa, também conhecida como “tosse dos 100 dias”, está a regressar de forma alarmante à Europa e aos Estados Unidos, ultrapassando os níveis pré-pandémicos, e os médicos alertam que os bebés são os mais vulneráveis.

De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), foram registados mais de 25 mil casos em toda a UE/EEE em 2023 e mais de 32 mil apenas nos primeiros três meses de 2024. Os bebés com menos de dois meses, ainda demasiado jovens para serem vacinados, correm risco elevado de complicações graves e, em alguns casos, de morte.

“Os sintomas nos bebés podem ser diferentes, muitas vezes sem a tosse característica, mas com episódios de apneia – interrupção da respiração – e leucocitose elevada, que pode ser confundida com outras doenças graves”, explicou Caitlin Li, especialista em doenças infeciosas do Ann & Robert H. Lurie Children’s Hospital of Chicago.

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O aumento dos casos deve-se, em grande parte, à recuperação pós-pandémica. Durante a pandemia de COVID-19, medidas como o uso de máscara, encerramento de escolas e restrições às reuniões reduziram a circulação de infeções respiratórias, incluindo a tosse convulsa. Além disso, a doença segue ciclos epidémicos naturais, com picos a cada três a cinco anos, mesmo em países com elevada cobertura vacinal.

Especialistas sublinham que a forma mais eficaz de proteger os recém-nascidos é a vacinação das mães durante a gravidez. Os anticorpos transmitidos da mãe para o bebé através da placenta oferecem proteção crucial nas primeiras semanas de vida.

“Dado o risco elevado para os bebés, a vacinação materna contra a tosse convulsa durante cada gravidez é fundamental, podendo reduzir o risco de doença grave até 85%”, afirmou Li.

Nos Estados Unidos, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) recomendam cinco doses da vacina DTaP entre os dois meses e os seis anos de idade, mais um reforço na adolescência. A medida mais urgente, no entanto, é a vacinação materna universal entre as 27 e as 36 semanas de gestação, pode ler-se na EuroNews.

Para além da vacinação, a Organização Mundial da Saúde na Europa recomenda que pessoas infetadas sejam tratadas rapidamente com antibióticos e evitem contacto com bebés, crianças pequenas e grávidas. Segundo a Public Health France, mais de metade das crianças infetadas contraem a tosse convulsa através de um dos pais.

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