A Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (AAC) emitiu um comunicado a manifestar o seu “mais profundo repúdio” pelos “episódios de violência e desrespeito” ocorridos durante a edição de 2025 da Festa das Latas e Imposição de Insígnias.
De acordo com a nota, “tornaram-se evidentes falhas organizacionais e uma desconsideração generalizada tanto pelas necessidades específicas dos grupos desta Secção como pelos compromissos previamente assumidos em reuniões com a Comissão Organizadora da Festa das Latas (COFL)”.
Os incidentes mais graves terão ocorrido na madrugada de 5 de outubro, quando a Orquestra Típica e Rancho foi alvo de “uma inaceitável invasão de privacidade, após o término da sua atuação”. A Secção relata que, apesar de ter sido garantido pela organização um espaço adequado para as trocas de roupa, o grupo foi “remetido para um contentor exíguo e sem condições”, o que acabou por gerar atrasos no cumprimento dos horários.
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Segundo o comunicado, às 5:56, “um segurança da empresa 3XL forçou a entrada no contentor sob o pretexto de ‘fazer cumprir os horários’, ignorando a presença de um membro da Orquestra que advertira de que no interior se encontravam colegas desnudas”. A Secção denuncia que, apesar do aviso, “o segurança procedeu de forma agressiva, ameaçando, insultando e afastando à força o referido elemento”.
A situação “degradou-se rapidamente” com a intervenção de outros seguranças da 3XL, enquanto “alguns representantes da DG/AAC e da COFL, presentes nas imediações, se mostraram completamente indiferentes ao sucedido”. A Secção acusa ainda os seguranças de terem “recorrido a força excessiva e desproporcionada”, provocando agressões físicas e verbais, e afirma que “vários estudantes foram empurrados, insultados e agredidos, havendo mesmo quem necessitasse de assistência hospitalar”.
No mesmo texto, a Secção de Fado critica a “falta de empatia, de solidariedade e de responsabilidade institucional” por parte de alguns elementos da COFL, da Direção-Geral da AAC e do Conselho Fiscal, considerando que estas atitudes são “profundamente dececionantes e contrárias aos valores que devem nortear a nossa Academia”.
“É inconcebível que, dentro da nossa própria casa, uma Secção da Associação Académica de Coimbra tenha sido tratada com tamanha desconsideração, desrespeito e violência”, lê-se no comunicado.
A Secção termina reafirmando o compromisso com os valores académicos e lamenta que “a tentativa de diálogo tenha sido recebida com violência”. “O sentimento que permanece é de indignação, tristeza e perplexidade”, conclui.
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