Os trabalhadores dos transportes municipais de Barreiro, Bragança, Coimbra, Nazaré, Portalegre e Sintra vão estar em greve na antevéspera das eleições autárquicas para sensibilizar os autarcas a pressionar o Governo para valorizar as carreiras, informou o STAL.
A paralisação de 24 horas, convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL), será antecedida por plenários em frente das câmaras municipais do Barreiro, Bragança, Coimbra, Nazaré, Portalegre e Sintra, cujos funcionários deverão aderir à greve.
“Os plenários não afetarão a totalidade dos serviços, mas deverão afetar alguma coisa, naturalmente”, disse à agência Lusa a presidente do STAL, Cristina Torres, admitindo a expectativa de “uma grande adesão dos trabalhadores” à greve agendada para a antevéspera das eleições autárquicas do próximo domingo.
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Uma data, segundo o STAL, estrategicamente decidida “para os trabalhadores alertarem autarcas e candidatos para a necessidade de verem resolvidos os seus problemas há muito denunciados”. Entre eles a desvalorização da profissão – designadamente dos trabalhadores que exercem as funções de Agentes Únicos e os das oficinas que exercem a profissão de mecânico –, cujas carreiras específicas foram, em 2008, integradas na carreira geral de Assistente Operacional.
Com esta integração “foram destruídas as carreiras”, disse à agência Lusa Cristina Torres, lembrando que até então estes trabalhadores “eram agentes únicos”, e passaram, depois, a integrar “esta grande massa humana a que chamam assistentes operacionais, onde estão todos, incluindo os motoristas de transportes coletivos”.
Até 2008 “quando [estes trabalhadores] concorriam e entravam para os quadros dos municípios como agentes únicos, o seu salário de entrada distava da base da carreira de Administração Pública mais de 200 euros”, disse a presidente do STAL, vincando a diferença das condições atuais em que “entram todos pela base da carreira de assistente operacional”, ainda que se trate de profissionais que “conduzem, transportam passageiros, e o nível de responsabilidade, de facto é grande, requer formação específica, requer lidar com os dinheiros, enfim, um conjunto de responsabilidades”.
O STAL entregou ao Governo propostas de recuperação e valorização destas profissões e, perante a ausência de soluções, realizou em setembro um plenário onde foi decidida a paralisação do dia 10 de outubro.
“Os trabalhadores têm consciência que a resolução deste problema está nas mãos do Governo” que, segundo Cristina Torres, se tem demonstrado “na conversa, muito disponível para se sentar à mesa e negociar”. Porém, a reunião agendada a semana passada com a Secretária de Estado da Administração Pública e com o Secretário de Estado da Administração Local foi “desmarcada pelos serviços do Ministério”, disse.
Os trabalhadores querem agora “sensibilizar as autarquias, que têm a responsabilidade de garantir o transporte dos seus munícipes e, portanto, também precisam que aqueles trabalhadores estejam valorizados para que os transportes se realizem em condições e com satisfação das populações”, acrescentou.
Em comunicado, o STAL informou que os trabalhadores exigem a manutenção dos serviços públicos municipais ou municipalizados de transporte coletivo; a reposição das carreiras profissionais, nomeadamente a de Agente Único nos transportes municipalizados; um aumento dos salários não inferior a 15%, num mínimo de 150 euros; aumento do subsídio de refeição para 10,50 euros diários; a atribuição do Suplemento de Penosidade e Insalubridade; o respeito pelo gozo integral dos dias de férias e a melhoria das condições de trabalho.
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