Saúde

Bullying, abuso ou divórcio: A razão para ter medo do dentista

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 4 horas atrás em 06-10-2025

Um estudo recente da Norwegian University of Science and Technology sugere que o medo intenso do dentista, conhecido como fobia dentária, pode estar estreitamente relacionado com experiências traumáticas durante a infância.

A investigação foi publicada na revista BMC Oral Health e baseou-se em dados do Trøndelag Health Study (HUNT), um dos maiores e mais duradouros censos de saúde do mundo.

A equipa analisou mais de 5.800 adolescentes entre os 13 e os 17 anos, cruzando relatos de traumas — como bullying, divórcio dos pais ou abuso — com sintomas de ansiedade perante consultas dentárias. Os resultados mostraram que estes antecedentes aumentam significativamente a probabilidade de desenvolver receio intenso de ir ao consultório.

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Segundo a psicóloga Lena Myran, do Center for Oral Health Services and Research, Mid-Norway, citada pela Popular Science, a fobia dentária não está necessariamente relacionada com os procedimentos em si, mas sim com a vulnerabilidade que muitos adolescentes sentem durante a consulta.

O estudo identificou também diferenças de género: a fobia dentária é mais comum entre meninas. Apesar das descobertas, os investigadores alertam que a investigação é transversal, ou seja, não permite afirmar relações de causa e efeito, apenas associações. Outros fatores, como experiências anteriores de dor em tratamentos dentários, também podem influenciar o desenvolvimento da fobia.

Para lidar com o problema, os especialistas defendem estratégias centradas na comunicação entre dentista e paciente. Myran destaca que mesmo uma breve conversa sobre os receios do paciente pode permitir que os profissionais adotem uma abordagem mais sensível, reduzindo a ansiedade e tornando a consulta menos traumática.

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