O candidato bloquista à câmara de Coimbra José Manuel Pureza defendeu hoje uma revisão da estratégia municipal de habitação para garantir que não se repete “o erro” da Quinta das Bicas de concentração de habitação social na periferia.
“A primeira coisa é um compromisso que seja fiável, que seja efetivo, de que não se vai voltar a repetir esta situação”, disse José Manuel Pureza, que falava à agência Lusa no final de uma ação simbólica de “desinauguração” da Quinta das Bicas, onde estão a ser construídos 268 fogos de habitação social em Taveiro, a cerca de 15 minutos do centro de Coimbra.
O cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE) à câmara quer garantir que “nunca mais se faz este erro”, recordando que a estratégia municipal de habitação prevê um aumento da habitação social “na zona do Ingote e no Vale de Figueiras”, propondo a alteração desse documento.
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Não podendo neste momento reverter o processo de construção daqueles 268 fogos numa zona periférica do concelho, José Manuel Pureza defendeu que é preciso assegurar várias respostas públicas.
“É uma ilha de construção no meio de coisa nenhuma. Isso vai criar a necessidade – a obrigação – por parte de uma Câmara séria, decente, de dotar estas pessoas não só de capacidade de mobilidade, mas também de infraestruturas básicas” nas áreas da educação e saúde, entre outras, afirmou.
O cabeça de lista do BE à Câmara Municipal considerou que aquela freguesia não terá capacidade de resposta para responder “à altura deste nível de exigências”, sendo necessário um “trabalho muito coordenado” em conjunto com o município.
Na ação simbólica, o Bloco de Esquerda, em vez de cortar uma fita vermelha, fez um nó às pontas, com as honras a caberem ao cabeça de lista do BE à União de Freguesias de Taveiro, Ameal e Arzila, Gustavo Mourinho.
“O que se trata é de construir um gueto na periferia do concelho para pessoas mais pobres. E, nós, pelo contrário, temos uma perspetiva de concelho que é a da coesão, a da justiça, a da igualdade e entendemos que habitação social e outra habitação camarária devem ser disseminadas pela malha urbana”, aclarou José Manuel Pureza.
Questionado sobre a justificação do atual executivo de que o tipo de financiamento disponível condicionou a ação do município, o candidato do Bloco afirmou que esse argumento “é duplamente grave” vindo de um presidente da Câmara que, quando era candidato em 2021, assumia o compromisso de habitação social espalhada.
“É um bocadinho aquela coisa dos irmãos Marx [grupo de comédia americano]: Eu tenho alguns princípios, não gostam disso, eu tenho outros. Isto é gozar connosco”, disse.
Além de José Manuel Pureza, são candidatos nas eleições de dia 12 o atual presidente da Câmara, José Manuel Silva, pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/IL/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/MPT/Volt); a ex-ministra Ana Abrunhosa, pela coligação Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN); o vereador Francisco Queirós, pela CDU (PCP/PEV); Maria Lencastre Portugal, pelo Chega; Sancho Antunes, pelo ADN; e Tiago Martins, pela Nova Direita.
O atual executivo é composto por seis elementos da coligação Juntos Somos Coimbra, quatro do PS e um da CDU.
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