A cabeça de lista da coligação “Viver Lisboa”, Alexandra Leitão, acusou hoje o presidente da Câmara, Carlos Moedas, de não disponibilizar apoio psicológico ou criar um fundo municipal de apoio às vítimas da queda do Elevador da Glória.
“Nada foi feito. Carlos Moedas não está à altura do cargo que ocupa”, frisou a socialista, numa publicação nas redes sociais em que citou uma reportagem emitida hoje pela RTP, onde familiares de vítimas mortais e sobreviventes no incidente, ocorrido há precisamente um mês, revelaram que “nunca foram contactados pela CML nem pela Carris”.
Alexandra Leitão, que lidera a coligação que junta PS, Livre, BE e PAN, salientou que “há ainda feridos internados, pessoas por identificar e uma seguradora sem conseguir chegar a todos”, dados também transmitidos na reportagem.
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“Carlos Moedas justificou a falta de esclarecimentos públicos dizendo que estava com as famílias e com as vítimas no terreno. Não estava. Faltou à verdade. E nem cumpriu as medidas aprovadas em reunião de câmara, como disponibilizar apoio psicológico e criar um fundo municipal de apoio às vítimas”, apontou ainda.
Numa ação de campanha para as eleições autárquicas, o presidente e recandidato pela coligação PSD/CD-PP/IL, Carlos Moedas, reforçou hoje que irá “até ao final de todas as consequências” para apurar as responsabilidades pelo acidente com o elevador da Glória.
Questionado sobre queixas de falta de contacto com sobreviventes do acidente e familiares das vítimas, Carlos Moedas assegurou: “Eu contactei todas as famílias das pessoas que, infelizmente, já cá não estão. A minha equipa esteve com todas as pessoas, todas estão a ter o apoio total”.
O descarrilamento do elevador da Glória, sob gestão da empresa municipal Carris, ocorreu no dia 03 setembro e provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.
Na sequência do acidente, Carlos Moedas defendeu que “seria uma cobardia” demitir-se, enquanto Alexandra Leitão defendeu esclarecimentos “com serenidade”.
O incidente foi abordado em duas reuniões extraordinárias da Câmara de Lisboa, em 08 e 16 de setembro, e prevê-se agora uma nova discussão em 13 de outubro, dia seguinte às eleições autárquicas, por decisão de Carlos Moedas, “para não partidarizar um tema que deve merecer todos os esclarecimentos técnicos”.
Numa nota de esclarecimento à notícia da RTP, a Carris, empresa municipal responsável pelo Elevador da Glória, indicou hoje que tem, “desde o primeiro momento”, prestado apoio a todos os pedidos que recebeu “através dos números disponibilizados nos canais oficiais”, nomeadamente através do seu Gabinete de Apoio Social, e em estreita articulação com a Câmara Municipal de Lisboa e com a seguradora Fidelidade.
A Carris salientou ainda que “não dispõe de uma lista de contactos das vítimas, a qual está na posse das autoridades”, pelo que “incentiva todos os interessados” a contactar a empresa, que mantém disponíveis as linhas de apoio do seu Gabinete de Apoio Social, assim como a linha de apoio da seguradora Fidelidade.
Já na quinta-feira, a transportadora municipal assegurou ter desencadeado medidas de apoio às vítimas do descarrilamento do elevador da Glória e reforçou que está a colaborar com as entidades que investigam o acidente.
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