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GNR detém mais suspeitos do que nunca, mas incêndios continuam a arrasar o país

Notícias de Coimbra com Lusa | 17 minutos atrás em 02-10-2025

Imagem: depositphotos.com

A GNR deteve este ano 58 pessoas pelo crime de incêndio florestal, um aumento de 61% em relação ao ano passado, e registou 460 contraordenações pelo uso indevido do fogo, revelou hoje a corporação.

Dados enviados à Lusa pela Guarda Nacional Republicana revelam que, desde o início do ano e até 28 de setembro, a GNR deteve 58 pessoas em flagrante delito pelo crime de incêndio florestal, mais 22 do que no mesmo período de 2024, um número superado em 2022 (72) e 2023 (63).

Segundo a GNR, foram detidas 333 pessoas pelo crime de incêndio florestal desde 2020, ano em que foram detidas 52, número idêntico em 2021.

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A GNR avança também que este ano identificou 713 pessoas pelo mesmo crime, mais 162 do que em 2024.

Os anos em que foram identificados o maior número de suspeitos foram 2021 (857), 2022 (1103) e 2023 (970).

Em relação à vigilância e deteção de incêndios, aquela força de segurança elaborou este ano, e até 28 de setembro, 3.115 autos de contraordenação, dos quais 2.507 por falta de gestão de combustível (limpeza dos terrenos), 460 por uso indevido do fogo e 37 por condicionamento de acessos.

As contraordenações por falta de limpeza dos terrenos aumentaram este ano 8,9% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto por uso indevido do fogo diminuíram 32% e por condicionamentos de acessos duplicaram.

Apesar de terem aumentado este ano, as multas por falta de limpeza têm vindo a diminuir deste 2020, quando foram levantados 4.737 autos, para 3.207 em 2022, voltando a descer no ano seguinte para 2.288 e em 2023 foram 2.602.

A GNR, através do Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), assume “como preocupação diária a proteção ambiental e dos animais”, podendo ser utilizada para o efeito a Linha SOS Ambiente e Território (808 200 520), que funciona em permanência para a denúncia de infrações ou esclarecimento de dúvidas.

A Lusa também pediu os dados sobre detenções à Polícia Judiciária, mas não obteve resposta.

Nesta época de fogos arderam quase 270.000 hectares até hoje. Trata-se do quarto pior ano em termos de área ardida depois de 2017, 2003 e 2025.

Os incêndios deste ano provocaram ainda quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, bem como a destruição total ou parcial de casas de primeira e segunda habitação, explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal foi afetado por vagas de calor entre julho e agosto, o que favoreceu a ocorrência de incêndios rurais, sobretudo no interior norte e centro do país, tendo-se registado 25 dias seguidos com fogos e alguns deles, como foi o caso do que começou em Piódão e em Trancoso, que duraram 11 e oito dias respetivamente.

No total deflagraram este ano 7.715 fogos, segundo dados do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), que mostram uma diminuição do número de incêndios nos últimos anos, apesar de este ano ter registado o valor mais alto desde 2022.

As regiões mais afetadas pelos incêndios este ano são o Centro, com 185.461 hectares de floresta queimada, e o Norte, com 70.690 hectares.

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