Política
Médio Oriente: André Ventura acusa Mariana Mortágua de irresponsabilidade e questiona quem paga custos

Imagem: Chega
O líder do Chega, André Ventura, acusou hoje a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, de irresponsabilidade por ter integrado a flotilha humanitária que foi intercetada por Israel e questionou quem vai pagar os custos de a trazer.
“A Mariana Mortágua pôs-se nesta situação porque quis, ninguém lhe disse para ir para ali. Sabe e sabia, porque não tinha como não saber, que era uma zona de guerra interdita internacionalmente. Sabia, porque não podia não saber, que havia uma zona de interdição que não deixaria passar o barco em que ia”, afirmou.
O presidente do Chega considerou que foi “pura irresponsabilidade” e “falta de bom senso”, além de um “mero número de circo da extrema-esquerda”.
André Ventura falava aos jornalistas em Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, onde esteve para uma ação da campanha para as eleições autárquicas de 12 de outubro.
O líder do Chega acusou a líder do BE de ter “abandonar o país”, considerando que essa escolha “é legítima, mas tem custos”.
“Certamente algum eleitorado dela gostará. Agora, quando corre mal, não venham é pedir ao Estado português que vá cobrir as falhas de uma viagem que toda a gente sabia que só podia terminar desta forma”, afirmou.
“Eu não sei o que é que o Bloco de Esquerda quer, se quer que Portugal afete meios militares para a região, se nos quer colocar em guerra com alguma das zonas”, afirmou.
André Ventura disse esperar que a bloquista “volte segura e volte salva”, e assinalou que o “Estado português tem na sua missão proteger os portugueses, a Mariana Mortágua é portuguesa, está numa situação agora de restrição, e isso é uma situação que tem de ser tida em conta pelo Estado português”.
Mas questionou: “Quando isto acabar, quem é que vai pagar os custos que nós estamos a ter com a Mariana Mortágua? É ela que vai pagar? É ela que vai pagar todos os custos que agora vamos ter diplomáticos, consulares, protocolares, de transporte, por causa, francamente, de um absurdo, de um ego maior do que a própria pessoa”.
“Eu ouvi o Presidente da República dizer que obviamente a proteção consular se aplicará, isto não está em causa. A questão é a falta de bom senso de uma líder de um partido que abandona o parlamento, que abandona as suas obrigações com o país, que se vai meter numa situação que sabe que é uma zona de guerra”, criticou.
O líder do Chega defendeu também que “a causa humanitária não é meter-se num barco e ir pelo Mediterrâneo para Gaza”, nem “andar de barco com grupos ligados a terroristas e com terroristas pelo Mediterrâneo”.
“A causa humanitária é nós garantirmos que as agências internacionais podem fazer chegar ajuda a quem precisa. A causa humanitária não é números de fantochada pelo Mediterrâneo. A causa mediterrânea é permitir que os países à volta, nomeadamente os países árabes, possam ajudar”, sustentou.
A porta-voz do grupo italiano de ativistas participantes na ação humanitária “Global Sumud” (Resistência Global, em árabe), Maria Elena Delia, declarou hoje que 39 navios da flotilha intercetados pelas Forças de Defesa de Israel, seguindo ainda para a Faixa de Gaza alguns navios mais pequenos, que devem ter o mesmo destino.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano, as tripulações foram levadas para o porto de Ashdod e mantidas em centros de detenção específicos, onde poderão aceitar a expulsão voluntária imediata ou rejeitá-la e aguardar decisão judicial.
Entre os detidos encontram-se a deputada e líder bloquista, a atriz Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte.
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