A candidata da coligação Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN) prometeu hoje disponibilizar mil habitações a custos acessíveis, que não passam apenas por habitações sociais, mas sobretudo por casas a custos controlados, que permitam à classe média fazer face aos preços elevados.
“Uma das promessas da coligação Avançar Coimbra é disponibilizar mil habitações a custos acessíveis. Nesse conceito de habitação a custos acessíveis nós incluímos o 1.º Direito, a habitação social, mas queremos incluir sobretudo a habitação a custos controlados”, destacou Ana Abrunhosa.
À saída de um almoço de campanha, onde marcaram presença mais de três dezenas de militantes, bem como Rui Marcelino, candidato a presidente da União das Freguesias de Antuzede e Vil de Matos, a antiga ministra da Coesão Territorial afirmou que o Município de Coimbra não tem apoiado a classe média na questão da habitação.
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“Para o 1.º Direito a Câmara já tem a estratégia local de habitação e o que vamos fazer é revê-la e torná-la mais ambiciosa. Mas, no que respeita à habitação a custos controlados, que é para a classe média, para os jovens e para aquelas famílias que, não sendo comunidades desfavorecidas, têm dificuldade em pagar preços elevados na habitação, a Câmara não teve uma política, uma vez que nem sequer tem a Carta Municipal de Habitação”, acrescentou.
Segundo Ana Abrunhosa, vários municípios utilizaram as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para construir habitação a custos controlados, no entanto, Coimbra “não pode aproveitar estas verbas porque nem a carta camarária de habitação aprovou”.
“Para podermos ter uma estratégia de construir casas a custos controlados, a primeira coisa que temos de fazer é criar a Carta Municipal de Habitação”, sustentou.
A candidata defendeu que, nesta matéria, a Câmara de Coimbra deve dar o exemplo, requalificando imóveis que são da sua propriedade e transformando-os em habitação a custos acessíveis.
“Muitas câmaras também adotam a estratégia de comprar edifícios devolutos, de os recuperar e de os disponibilizar também para habitação a custos acessíveis: arrendar ou vender. E não vamos poder fazer isto sozinhos, vamos fazer parcerias com cooperativas e também com empresas do setor privado”, informou.
A candidata disse à agência Lusa que sabe que a Câmara Municipal de Coimbra tem vários terrenos públicos, na margem esquerda do Rio Mondego, em Eiras ou em São Martinho do Bispo, onde podem ser feitas parcerias com cooperativas e com o setor privado, no sentido de serem construídas habitações a custos acessíveis.
“A nossa estratégia é que, no caso da construção, ela seja feita onde já temos infraestruturas. Estamos a falar de preços abaixo do preço de mercado, para famílias para quem, não sendo comunidades desfavorecidas, a renda é um peso muito grande. Essa é uma prioridade europeia, é uma prioridade nacional e em Coimbra deve ser a nossa primeira prioridade”, alegou.
No seu entender, associar a requalificação com a construção nova permitirá atrair jovens e reter talento.
Já no que toca a habitação social, fez questão de realçar que pretendem que esta seja dispersa e inclusiva.
“Não queremos repetir erros de construção, fazer zonas em que as pessoas se sintam marginalizadas. Continuaremos a fazer habitação social dispersa e inclusiva”, concluiu.
Além de Ana Abrunhosa, pelo PS, são candidatos nas eleições de 12 de outubro o atual presidente da Câmara, José Manuel Silva, pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/IL/CDS/NC/PPM/V/MPT), Francisco Queirós, pela CDU (coligação PCP/PEV), o ex-deputado José Manuel Pureza, pelo Bloco de Esquerda, Maria Lencastre Portugal, pelo Chega, Sancho Antunes, pelo ADN, e Tiago Martins, pela Nova Direita.
O atual executivo é composto por seis elementos da coligação Juntos Somos Coimbra, quatro do PS e um da CDU.
As eleições autárquicas têm lugar em 12 de outubro.
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