Coimbra

Coimbra e o mundo celebram a vida e obra de Maria Helena da Rocha Pereira

Notícias de Coimbra com Lusa | 54 minutos atrás em 26-09-2025

A programação para celebrar o centenário do nascimento de Maria Helena da Rocha Pereira, professora jubilada da Universidade de Coimbra (UC), tiveram o arranque oficial hoje e vão decorrer até setembro de 2026, com participação internacional.

Lisboa, Évora e Coimbra, bem como o Brasil, os Países Baixos e a África Do Sul participam do evento, assinalando os 100 anos da especialista em estudos clássicos e cofundadora do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos (CECH) da UC.

A tipologia de atividades inclui “eventos científicos de âmbito nacional e internacional”, uma exposição e “números especiais de revistas”, inseridas num programa que ainda se encontra em aberto para receber propostas, revelou hoje a coordenadora do CECH, Carmen Soares.

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“Figura mobilizadora de admiração, gratidão e apreço da academia em que fez escola”, a filóloga, que faleceu em 2017, transformou-se numa “figura pública da cultura em Portugal e em outros países”.

“Esse universalismo justifica o entusiasmo com que diversas instituições de ensino e investigação receberam a proposta” do CECH de se associarem ao programa, acrescentou.

Ao longo da sessão de abertura das comemorações, a responsável salientou que o programa reúne três eventos centrais em Coimbra, além de “um conjunto de iniciativas geograficamente dispersas”.

A apresentação do livro “Saeculum”, dedicado a Maria Helena da Rocha Pereira, que teve lugar ao fim da manhã de hoje, na sessão de abertura das comemorações, é um dos pontos altos do programa.

A obra, agora em formato físico, está também disponível ‘online’ e pretende homenagear a primeira mulher doutorada e a primeira professora catedrática da UC.

Destaque ainda para a exposição “Beleza do Saber, Felicidade no Estudo”, na Biblioteca Geral da UC, em março, e para o congresso internacional “Vitalidade e Inquietação dos Clássicos”, aberto a conferencistas mundiais, em julho.

O simpósio “Da Contemporaneidade à Antiguidade – Musa Hodierna”, com o envolvimento de 17 instituições, em novembro de 2025, é outro dos eventos.

Ainda este ano, em outubro, acontece o congresso “Textos e autores da Antiguidade e sua receção: Pausânias e a Descrição da Grécia”, em Évora.

A mobilização de instituições académicas fora de fronteiras “é já extensa”, com o “envolvimento de numerosas universidades e associações científicas, em particular no Brasil”.

Na sessão, foi ainda exibido pela primeira vez o busto de Maria Helena da Rocha Pereira, que será instalado na sala de leitura do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), um espaço que a académica “foi recheando”.

Também presente na sessão, o vice-reitor da UC para a Cultura, Comunicação e Ciência Aberta, Delfim Leão, revelou que o objetivo, ao longo deste ano de comemorações, é um “acercamento progressivo” à personalidade, à produção e ao magistério da professora, “mas com um critério ilustrativo de uma carreira ímpar”.

Maria Helena da Rocha Pereira “é reconhecida como uma figura transversal, equiparada aquilo que de melhor a academia portuguesa e a sua capacidade de projeção no exterior produziram”.

Já o diretor da FLUC, Albano Figueiredo, adiantou que a sala maior de leitura e investigação do Instituto de Estudos Clássicos da FLUC passará, em breve, a ter a denominação de Maria Helena da Rocha Pereira.

Por sua vez, o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, classificou a professora como “uma das maiores figuras” da UC no século XX.

Maria Helena da Rocha Pereira faleceu em 2017, aos 91 anos.

Natural do Porto, onde residia desde que deixou de lecionar e se jubilou, em 1995, era especialista em estudos literários, línguas e literaturas clássicas e cultura e literatura gregas.

Foi autora de centenas de publicações, entre livros, traduções, monografias e artigos enciclopédicos.

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