O ator Luís Alberto, que passou pelo teatro, televisão e cinema, morreu aos 91 anos, anunciou hoje a Casa do Artista.
“Partiu esta noite o ator Luís Alberto que a todos marcou pelas inúmeras interpretações no teatro, na televisão e no cinema nacional”, pode ler-se numa publicação daquela instituição na rede social Facebook.
Nascido em Lisboa, em 22 de março de 1934, Luís Alberto iniciou-se como ator – ainda amador – na Sociedade Guilherme Cossoul, no final da década de 1950, tendo a estreia como profissional acontecido no início da década seguinte “pela mão de Amélia Rey Colaço”, como recorda a biografia patente na base de dados do Centro de Estudos de Teatro (CET) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
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“No Teatro integrou vários projetos marcantes como ‘Desperta e Canta’, de Clifford Odets, ‘Todos Eram Meus Filhos’, de Arthur Miller, ‘O Tempo e a Ira’, de John Osborne, ‘O Render dos Heróis’, de José Cardoso Pires”, lembrou a Casa do Artista.
Passou pelo Teatro Experimental do Porto, ainda na década de 1960, pelo Teatro Estúdio de Lisboa, pela Casa da Comédia e pelos Bonecreiros, entre outras companhias, tendo trabalhado em “inúmeros espetáculos das companhias de Raul Solnado e Vasco Morgado”.
Com Solnado, esteve no filme “Dom Roberto”, em 1962, de Ernesto de Sousa.
Já este século, foi a palco por várias vezes com o Teatro Aberto, entrando numa dezena de produções da companhia, incluindo duas peças de Michael Frayn, “Copenhaga”, que coprotagonizou com Carmen Dolores, e “Democracia”.
O Teatro Aberto, segundo a listagem do CET, regista também a sua derradeira presença em cena, em novembro de 2009, quando assumiu o papel do filósofo Karl Jaspers, amigo de Hannah Arendt, na peça de Kate Fodor “Hannah e Martin”.
No cinema, entre outros títulos, protagonizou “A Fuga”, de Luís Filipe Rocha, em 1978, o mesmo ano em que fez parte do elenco de “A Santa Aliança”, de Eduardo Geada, com Io Appolloni e Henrique Viana, e depois de ter entrado em “As Ruínas no Interior”, de José de Sá Caetano, entre outros filmes.
A Casa do Artista lembra que entrou em múltiplas séries, com destaque para “Duarte&Companhia”, “Ballet Rose” e vários trabalhos de Camilo de Oliveira.
Na televisão, esteve no elenco de produções como “Zé Gato”, “Retalhos da Vida de um Médico”, “Tragédia da Rua das Flores”, “Alentejo Sem Lei”, “Sim, Sr. Ministro”, “Inspector Max”, “Conta-me Como Foi”, “Liberdade 21”, “Os Filhos do Rock”.
Entrou em telenovelas como “Todo o Tempo do Mundo”, “Jardins Proibidos”, “Tudo Por Amor” e, a última, “Sangue Oculto”, uma produção de 2022-23.
“Gratos pelo legado que nos deixa. Até sempre, Menino Luís”, despede-se a Casa do Artista, na mensagem publicada no Facebook.
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