Política
“Saio com a consciência do dever cumprido”: Luís Marinho despede-se após 16 anos na Assembleia Municipal de Coimbra

Luís Marinho despede-se esta quinta-feira, 25 de setembro, da presidência da Assembleia Municipal de Coimbra, após 16 anos de atividade no órgão – quatro como deputado e 12 como presidente.
Nesta sua última sessão, a decorrer no Convento de São Francisco, o autarca não escondeu a nostalgia, mas afirmou deixar o cargo com sentido de missão cumprida.
“Saio daqui com a consciência do dever cumprido, que servi durante 12 anos como presidente desta Casa, desta Assembleia. Servi a democracia em Coimbra”, declarou.
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Para Marinho, o balanço do trabalho é marcado pelo espírito democrático que, garante, sempre imperou: “Durante 12 anos, com o contributo de todos os grupos políticos, levantámos bem alta a bandeira da democracia em Coimbra. Foi uma Assembleia respeitada, que funcionou com dignidade e pluralidade de opiniões”.
Sobre a sua relação com os presidentes de Câmara com quem trabalhou – Carlos Encarnação, João Paulo Barbosa de Melo, Manuel Machado e José Manuel Silva –, Luís Marinho destacou a lealdade e o respeito mútuo.
“Funcionou, se calhar para a surpresa de muitos, mas funcionou naturalmente graças às minhas características, mas também às do Presidente, que teve comigo sempre um comportamento exemplar. E eu tentei corresponder”, sublinhou.
Nesta sessão, será estreado o novo sistema eletrónico de votação e de contagem de tempos, que Marinho considerou um marco importante. “É uma despedida em grande. Fico muito contente por deixar esta Assembleia munida de instrumentos de modernidade. Somos a única Assembleia Municipal do país com votação eletrónica, a par da Assembleia da República”, realçou.
Apesar de satisfeito com o percurso, o presidente cessante apontou fragilidades que gostaria de ter colmatado. “Há muita coisa que ficou por fazer. Insisto nesta tecla: é preciso atribuir às Assembleias novas competências e dotá-las de mais instrumentos. Precisamos de uma Assembleia Municipal com espaço próprio, comissões próprias e funcionários suficientes. As exigências da democracia são cada vez maiores”, defendeu.
Questionado sobre a sua relação com o PS, Luís Marinho reconheceu algumas mágoas: “Se tivesse de me magoar com o meu partido, já tinha tido muitas oportunidades. Saio triste relativamente a algumas pessoas do meu partido e a alguns órgãos do meu partido. Saio triste e não saio contente”.
Ainda assim, o agora ex-presidente deixa Coimbra com confiança no futuro democrático da cidade: “Agora vão aparecer novos intérpretes, com novas ideias e novos projetos. A democracia faz o seu caminho, e quando a democracia faz o seu caminho está tudo bem”.
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