Caminhar para trás, um movimento aparentemente estranho e pouco praticado, está a ganhar atenção por melhorar a força muscular, o equilíbrio e a função cognitiva, além de queimar mais calorias do que caminhar para a frente.
Apesar do grande senão — não vermos para onde vamos —, especialistas afirmam que a prática oferece benefícios únicos, especialmente quando incorporada em programas de fisioterapia e reabilitação.
Embora não seja novidade — registos históricos indicam que a marcha para trás fazia parte de rotinas de exercício na China há séculos —, pesquisas recentes revelam que esta prática ativa grupos musculares diferentes, transfere a carga dos tornozelos para as ancas e joelhos, e aumenta a flexibilidade dos isquiotibiais, enquanto diminui dores lombares.
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Segundo Nicole Haas, especialista em ortopedia clínica, “quando caminhamos para trás, recrutamos músculos, tendões, fáscias e articulações de forma diferente, desafiando também o cérebro e o sistema de equilíbrio”. Já a investigadora Janet Dufek, da Universidade de Nevada, destaca que a marcha para trás melhora a estabilidade e pode reduzir a incapacidade em pacientes com osteoartrite no joelho, pode ler-se na National Geographic.
Além dos benefícios físicos, caminhar para trás pode ser um treino para o cérebro. Estudos indicam que a prática melhora a consciência espacial, a coordenação e a função executiva, podendo acelerar os tempos de reação e melhorar a memória de curto prazo.
A prática também é útil para quem sofre de dores articulares ou artrite, uma vez que exerce menos pressão sobre as rótulas e fortalece os quadríceps, contribuindo para a estabilidade dos joelhos.
No entanto, há cautela entre alguns especialistas. Jonathan Jarry, da Universidade McGill, alerta que os benefícios para a população em geral ainda não estão comprovados, sendo que a maior parte das evidências provém de estudos de fisioterapia com grupos pequenos e específicos. A segurança é fundamental: usar passadeiras rolantes, garantir um espaço livre de obstáculos ou ter um parceiro de treino para “olhar à frente” são medidas recomendadas.
Apesar de não ser um exercício convencional, caminhar para trás é uma opção simples e acessível para quem procura variar a rotina de exercícios, fortalecer músculos pouco utilizados e desafiar tanto o corpo como a mente.
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