O presidente da distrital de Coimbra do Chega manifestou hoje “veemente repúdio” à posição da Associação Académica de Coimbra (AAC), anunciada na segunda-feira, de não receber o partido para dialogar sobre as reivindicações no âmbito das eleições autárquicas.
“Esta postura [da AAC] representa uma clara violação do princípio democrático que deve nortear todas as instituições que se pretendem plurais e representativas”, afirmou Paulo Seco, num comunicado enviado hoje à agência Lusa.
A Associação Académica de Coimbra anunciou na segunda-feira que vai apresentar aos partidos que concorrem às eleições autárquicas de outubro uma moção com diferentes reivindicações, como a criação de um cartão municipal da cultural e o aumento da oferta social na habitação.
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Na ocasião, o presidente da AAC, Carlos Magalhães, recordou que, a propósito de uma decisão tomada em Assembleia Magna, em 2022, a entidade não irá reunir-se com o partido Chega.
Segundo Paulo Seco, “ao recusar o diálogo com a segunda força política, legitimamente eleita pelos portugueses”, a AAC demonstra “parcialidade, sectarismo e uma visão ideológica enviesada que em nada dignifica a história e a missão de uma instituição que deveria servir todos os estudantes, independentemente das suas convicções políticas”.
O responsável defendeu que a “exclusão deliberada” do partido “revela um profundo desrespeito não apenas pelos seus dirigentes e militantes, mas sobretudo pelos milhares de estudantes e famílias que se revêm no projeto político” do Chega.
A AAC, assim, “fecha portas ao debate de ideias, atenta contra a diversidade democrática e contribui para a exclusão política, prática que se julgava ultrapassada no Portugal livre e democrático”, acrescentou.
A distrital de Coimbra demonstrou ainda “disponibilidade para dialogar com todos os setores da sociedade, incluindo os movimentos estudantis”.
“Repudiamos esta decisão discriminatória e exigimos que a Associação Académica de Coimbra reconsidere a sua posição, sob pena de se afastar da sua missão essencial: representar todos os estudantes e não apenas alguns”, concluiu.
No início de 2024, a propósito do desenvolvimento de uma moção estratégica para apresentar aos partidos que concorriam às eleições europeias, a direção-geral da AAC pretendia vetar a apresentação de propostas e reunião com o Chega, à semelhança do que aconteceu nas legislativas.
Na altura, o então presidente estudantil, Renato Daniel, classificou o Chega como “um partido que se manifesta contra os estatutos da Associação Académica de Coimbra”.
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