Saúde

Falta de cuidados dentários afeta autoestima das crianças

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 horas atrás em 24-09-2025

A saúde bucal é um pilar essencial do bem-estar geral, mas, para muitas crianças, manter os dentes saudáveis continua a ser um desafio. Cáries, doenças gengivais e mau hálito são problemas comuns, mesmo com a crescente consciencialização sobre a importância da escovagem e do uso do fio dentário.

De acordo com uma pesquisa recente da Universidade de Michigan, um terço dos pais relata que os filhos enfrentaram algum problema dentário nos últimos dois anos, em grande parte devido a hábitos irregulares de higiene oral. Estes dados levantam questões importantes sobre as lacunas existentes na educação e nos cuidados com a saúde bucal infantil.

A investigação da Universidade de Michigan, que incluiu mais de 1.800 pais de crianças entre os 4 e os 17 anos, revela deficiências significativas nas rotinas de higiene oral. Mais de um terço dos pais admitiu que os filhos não escovam os dentes duas vezes por dia, considerado o mínimo para prevenir cáries e doenças gengivais.

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“Manter a saúde bucal desde cedo, com escovagem e uso regular do fio dentário, ajuda a prevenir problemas que podem dificultar a alimentação ou a fala das crianças”, explica Sarah Clark, codiretora da Mott Poll.

Embora 64% dos pais digam que os filhos escovam os dentes duas vezes por dia, outros hábitos essenciais são frequentemente negligenciados. Apenas um terço escova a língua regularmente, e menos de 25% utilizam fio dentário diariamente. Estes cuidados são fundamentais, já que a língua e os espaços entre os dentes acumulam bactérias que contribuem para a cárie e o mau hálito.

Além disso, apenas 15% das crianças enxaguam a boca com água após consumir alimentos açucarados, e apenas 20% seguem pelo menos quatro das seis práticas recomendadas de higiene oral. Estes hábitos insuficientes podem afetar a autoestima das crianças, com consequências sociais significativas.

Problemas aparentemente simples, como mau hálito e dentes manchados, podem ter efeitos duradouros na confiança das crianças. Mais de um terço dos pais relatou que os filhos sofrem com mau hálito, especialmente aqueles com hábitos de higiene oral limitados.

“Negligenciar a higiene oral não só prejudica a saúde, como pode causar constrangimento e baixa autoestima, afetando a forma como a criança se relaciona socialmente”, acrescenta Clark.

Além dos hábitos diários, as visitas regulares ao dentista são essenciais. A Associação Americana de Odontologia recomenda consultas a cada seis meses. No entanto, 7% das crianças não visitam o dentista há um a dois anos, e 4% há mais de dois anos. Consultas regulares permitem detetar problemas precocemente, evitando tratamentos mais invasivos e dispendiosos.

Para famílias com dificuldades financeiras, existem soluções como planos de pagamento e financiamento odontológico, que permitem garantir cuidados essenciais sem sobrecarregar o orçamento familiar.

Melhorar a saúde oral infantil exige mais do que incentivar a escovagem frequente. É necessária uma combinação de hábitos consistentes em casa, visitas regulares ao dentista e educação adequada nas escolas.

“Ensinar às crianças a importância de uma rotina completa de higiene oral cria uma base para uma vida inteira de hábitos saudáveis e sorrisos confiantes”, conclui.

Em suma, investir na saúde bucal desde cedo é investir na saúde geral e na confiança das crianças, preparando-as para uma vida de bem-estar e sorrisos duradouros.

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