Quem nunca se deparou com uma nuvem de mosquitos ou moscas a surgir do nada, mesmo sem comida, árvores ou lixo por perto? Apesar de parecerem aleatórios, estes enxames têm um objetivo muito claro: o acasalamento.
Segundo Gregory Courtney, professor de entomologia na Universidade Estadual do Iowa, a maioria dos machos forma enxames como um mecanismo para se encontrarem com as fêmeas. Estes aglomerados aparecem em torno de pontos de referência — uma ondulação na água, um poste ou mesmo um raio de sol — funcionando como letreiros que indicam às fêmeas onde encontrar parceiros.
“O romance em público acarreta riscos”, explica. Predadores como libélulas podem atacar os machos durante os seus movimentos de exibição. No entanto, a estratégia compensa: os enxames permitem que machos e fêmeas se encontrem de forma eficiente, apesar da curta vida adulta destes insetos.
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Nem todos os enxames são iguais. Alguns formam pequenos grupos de meia dúzia de indivíduos, enquanto outros, como os sobre o Lago Vitória, em África, chegam a parecer nuvens de tempestade. As fêmeas só entram nos enxames quando prontas para acasalar e saem rapidamente, deixando os cientistas a tentar decifrar quem foi escolhido e porquê.
A coreografia dos enxames é surpreendentemente precisa. Os mosquitos movem-se em padrões distintos, usando pequenos órgãos de equilíbrio chamados halteres, que os impedem de colidir durante o voo. Alguns machos disputam os lugares de destaque na “pista de dança”, sendo o topo e a borda do enxame as áreas mais valorizadas, como se pode ler na Live Science.
Da próxima vez que se deparar com uma nuvem de mosquitos, não se irrite: está a assistir a um elaborado ritual de acasalamento, a versão deles do “Tinder no céu”.
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