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O que nos faz querer ajudar os outros?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 horas atrás em 24-09-2025

Imagem: depositphotos.com

Um estudo recente da Universidade de Amesterdão desafia a conhecida Regra de Hamilton, proposta nos anos 60, sugerindo que o comportamento humano não é linear e que o altruísmo evolui de formas mais complexas do que se pensava.

A Regra de Hamilton defendia que o altruísmo se desenvolve quando os benefícios para outros, ponderados pelo grau de parentesco genético, superam o custo para o próprio indivíduo. Embora influente, esta regra foi criticada ao longo dos anos por não explicar todos os padrões de cooperação observados na natureza.

A nova investigação, liderada pelo professor Matthijs van Veelen, propõe que não existe uma regra única, mas sim várias versões que funcionam em contextos distintos. “Isso significa que ambos os lados do debate tinham parte da razão”, explicou van Veelen à Earth.

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O estudo recorre à Equação Generalizada de Price, uma estrutura atualizada que integra modelos evolutivos e estatística, permitindo analisar o altruísmo de forma mais flexível. “No comportamento humano, nem tudo é linear, e há sempre exceções que devem ser analisadas”, sublinha o investigador.

O trabalho mostra que somos mais propensos a ajudar quando vemos outros a fazê-lo. O benefício de cooperar pode aumentar quando muitos membros do grupo colaboram ao mesmo tempo, mas pode desaparecer ou até inverter-se quando apenas alguns participam. Sem estas nuances, as tradicionais equações de custo–benefício podem parecer corretas no papel, mas falhar em capturar o verdadeiro significado biológico das interações.

Van Veelen acrescenta: “Este resultado não fecha apenas o debate. Dá-nos uma estrutura mais poderosa para usar no futuro. A cooperação está em todo o lado na natureza, e agora temos uma visão mais clara das muitas formas como a evolução a pode produzir”.

O estudo foi publicado na revista eLife.

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