Saúde

Consumir este adoçante está a envelhecê-lo

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 horas atrás em 24-09-2025

Um novo estudo brasileiro indica que o consumo regular de adoçantes artificiais pode estar ligado ao declínio cognitivo acelerado em adultos com menos de 60 anos.

A pesquisa, liderada pela Claudia Kimie Suemoto, da Universidade de São Paulo, acompanhou quase 13.000 adultos ao longo de quase uma década, analisando dietas e desempenho em testes cognitivos.

Os resultados mostraram que participantes que consumiam maiores quantidades de adoçantes — incluindo aspartame, sacarina, acessulfame-K e álcoois de açúcar como eritritol, xilitol e sorbitol — apresentaram um declínio cognitivo até 62% mais rápido em comparação com os consumidores mais baixos. Esse efeito foi traduzido pelos pesquisadores como 1,6 ano extra de “envelhecimento cerebral” em apenas oito anos.

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Os principais impactos observados foram na memória e na fluência verbal, habilidades essenciais para comunicação e processamento de informações. O efeito foi particularmente pronunciado em pessoas com diabetes, grupo que frequentemente recorre a adoçantes artificiais para controlar os níveis de açúcar no sangue.

Apesar da associação, os pesquisadores destacam que o estudo não prova causalidade. “Mais pesquisas são necessárias para confirmar nossas descobertas”, afirmou. Ainda assim, os dados levantam preocupações sobre o uso prolongado desses produtos, sugerindo que mesmo substitutos do açúcar podem ter efeitos indesejados a longo prazo.

Entre as hipóteses investigadas para explicar o fenômeno estão alterações no microbioma intestinal, que podem levar à inflamação sistêmica prejudicial ao cérebro, e a confusão metabólica causada pelo sabor doce sem calorias, que pode afetar o metabolismo cerebral.

Enquanto novos estudos não são concluídos, a equipe sugere cautela no uso de adoçantes artificiais e considera alternativas naturais, como purê de maçã, mel, xarope de bordo ou açúcar de coco, sempre com moderação.

O estudo foi publicado na revista Neurology e integra um crescente corpo de pesquisas que questionam os efeitos a longo prazo dos adoçantes na saúde humana, incluindo riscos associados a diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e depressão.

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