Logo nas primeiras horas da manhã, Silvino Quitério chegava à Feira dos 23, proveniente de Mata Mourisca, em Pombal, trazendo consigo uma variedade de sementes e plantas cultivadas na sua própria horta.
“Levantei-me às 5:00 para trazer aqui a sementeira própria”, conta, acrescentando que mantém a tradição há mais de 20 anos.
Entre os produtos à venda encontram-se várias qualidades de couves, brócolos, couve-flor, alho francês, cebolo e alfaces. “Agora é a altura de plantar”, sublinha, destacando que esta é a época ideal para preparar as couves que vão ser consumidas no Natal. Sobre a melhor variedade, Silvino aponta para a couve tronchuda portuguesa: “Esta daqui da zona de Castelo Viegas é muito boa. Tem uma confraria e tudo”, refere, em alusão à Confraria da Couve de Castelo Viegas.
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O público que procura este tipo de sementeira é maioritariamente composto por pessoas mais velhas. “São pessoas que têm pequenas hortas, mas são tudo pessoas já de 50 anos. As pessoas novas compram pouco, vão já comprá-los produzidos nos supermercados”, comenta. Reformados são, segundo ele, os clientes mais assíduos.
Sobre os cuidados necessários após a plantação, Silvino explica que a terra deve ser bem adubada e limpa de ervas: “A terra tem que estar bem adubada. Tem que ir tirando as ervas, adubar, pôr um bocadinho de estrumo se houver. Se a erva crescer, consome a couve.” Quanto ao tempo de cultivo, garante: “Se plantarmos agora, na altura do Natal, temos garantidamente couve. Certeza absoluta.” Para colheitas mais rápidas, como as alfaces, é possível plantar em qualquer época do ano.
Apesar de a feira nem sempre garantir lucro, Silvino considera que vale a pena: “Depende daquilo que a gente vender. Umas vezes há lucro, outras vezes também pode haver prejuízo.”
Além das couves, o agricultor apresenta também alho francês, cebolo e algumas alfaces, muitas delas provenientes de sementes próprias: “A maior parte das sementes somos nós que tiramos. São sementes que arranjamos lá, da cor principalmente. O resto é tudo nosso.”
Quanto ao fluxo de clientes, Silvino adianta que o movimento mais intenso ocorre entre as 9 e as 11 da manhã. “A partir daí, até às 9 é pouco, e a partir das 11 também termina, praticamente.”
Com décadas de experiência na Feira dos 23, Silvino Quitério continua a tradição de levar produtos genuínos e cultivados com cuidado, mantendo viva a ligação entre a agricultura local e os consumidores de Coimbra.
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