O processo de reestruturação da rede dos Serviços Municipalizados e Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) está a desenvolver duas arquiteturas alternativas, esperando-se que o processo esteja concluído no final do ano.
O trabalho desenvolvido na reestruturação das linhas dos SMTUC foi hoje apresentado na Câmara de Coimbra por Sandra Lameiras e Miguel Lopes, da OPT, empresa que está responsável pelo processo que pretende rever e reestruturar a rede dos autocarros urbanos, face à entrada em operação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) e da nova concessão dos transportes intermunicipais.
Na sessão pública, integrada na Semana Europeia da Mobilidade, Miguel Lopes esclareceu que a OPT está a desenvolver duas arquiteturas alternativas para o desenho da rede dos SMTUC, com um conjunto de indicadores usados para comparar as duas opções, podendo depois a Câmara de Coimbra escolher aquela que acha a melhor solução “para dar respostas às necessidades da população”.
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A denominada Alternativa A privilegia ligações diretas ao núcleo urbano de Coimbra e entre espaços urbanos âncora, sendo estruturada com o objetivo de privilegiar ligações diretas.
Esta proposta prevê uma rede central base, uma rede complementar do centro e uma rede suburbana, esclareceu Miguel Lopes.
Já a Alternativa B “privilegia os transbordos quer com o SMM, quer entre linhas dos SMTUC, da Busway [operadora dos transportes intermunicipais] e da ferrovia”.
Estruturada numa lógica de transbordos, apresenta sete subsistemas de serviços, com uma rede circular (entre margem esquerda e direita), uma rede urbana no centro da cidade e uma rede de vizinhança que “colmata as falhas da cobertura do tronco central” da rede.
Além destas três redes na zona urbana de Coimbra, são propostos quatro subsistemas numa rede radial, dividida em norte, sul, este e oeste.
Esta proposta “aposta menos nas ligações diretas e mais numa lógica intermodal, até mesmo da rede dos SMTUC”, explicou Miguel Lopes.
Esta alternativa implica também a formalização de novas interfaces (zonas de paragem mais largas, com melhores condições e que permitem a paragem de vários autocarros em simultâneo), acrescentou.
“Não estamos a trabalhar com recursos infinitos. Temos limitações, nomeadamente a frota e o número de trabalhadores, e é quase um puzzle juntar todos estes requisitos e, ao mesmo tempo, disponibilizar um serviço melhor”, vincou.
Segundo Miguel Lopes, a atual rede tem uma “elevada heterogeneidade”, com linhas de grande frequência e outras de baixa frequência e com muitas variantes.
O estudo procura limitar as redundâncias com a oferta do SMM, mas também com a rede da Busway, notando que na nova rede destes transportes intermunicipais há sobreposição com as linhas dos SMTUC.
Na sessão, Sandra Lameiras salientou que a OPT está a terminar a primeira fase do processo (diagnóstico, análise e planeamento estratégico da rede), esperando que se avance agora com o desenho detalhado da rede, acompanhado de sessões de participação pública.
O estudo, disse, “estará pronto no final de 2025”.
Sandra Lameiras considerou ainda que “esta é a fase certa para fazer o estudo”, referindo que, se tivesse sido feito há mais tempo, “estaria já desatualizado”, face ao arranque da operação dos transportes intermunicipais, cuja rede ainda poderá sofrer algumas alterações e afinações.
Segundo a responsável, o trabalho desenvolvido irá também apresentar o número de autocarros e motoristas que é necessário para cumprir a nova rede dos SMTUC, bem como o seu custo.
O projeto, adjudicado em fevereiro, pressupõe uma revisão integral da rede, tendo vários princípios definidos pelo especialista Álvaro Seco.
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