Um novo estudo publicado no JAMA Oncology revela que a má higiene oral pode aumentar significativamente o risco de cancro do pâncreas.
De acordo com os investigadores, certos micróbios presentes na boca, quando não removidos por escovagem e uso de fio dentário regulares, podem contribuir para o desenvolvimento da doença, triplicando a probabilidade de surgirem tumores pancreáticos.
O estudo acompanhou 900 participantes ao longo de nove anos, analisando a microbiota oral e identificando 24 espécies de bactérias e fungos que poderiam aumentar ou reduzir o risco de cancro do pâncreas. “Ao traçar o perfil das populações bacterianas e fúngicas na boca, os oncologistas podem identificar aqueles que mais precisam de exames para detetar a doença precocemente”, explicou Jiyoung Ahn, um dos autores do estudo.
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Apesar de não existir ainda uma relação direta de causa e efeito, os investigadores alertam que a correlação entre certos micróbios e o risco de cancro reforça a importância da higiene oral adequada como medida preventiva.
Outro estudo, publicado na revista Cancer Discovery pela Universidade de Michigan, revela que fumadores apresentam maior probabilidade de desenvolver cancro do pâncreas devido à exposição prolongada a produtos químicos presentes no tabaco. Estes químicos podem ativar a proteína interleucina-22, que está associada ao crescimento mais agressivo dos tumores.
Os investigadores estudaram roedores expostos a substâncias químicas encontradas em cigarros e outros contaminantes ambientais. “Isto mudou drasticamente a maneira como os tumores se comportam. Cresceram muito e espalharam-se por todo o corpo. Foi realmente dramático”, afirmou Timothy L. Frankel, responsável pelo estudo.
Richard Hayes, outro autor do estudo sobre higiene oral, sublinha: “Está mais claro do que nunca que escovar os dentes e usar fio dentário pode não apenas ajudar a prevenir doenças periodontais, mas também proteger contra o cancro”.
Os especialistas recomendam atenção à higiene oral diária, evitar o tabagismo e estar atento a sinais de risco, como forma de reduzir a probabilidade de desenvolvimento de cancro do pâncreas.
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