Na reunião do Executivo Municipal, de 22 de setembro, vai ser apresentado para conhecimento o primeiro relatório intercalar do projeto Radar Social de Coimbra, referente ao período de outubro de 2024 a julho de 2025.
Durante os primeiros nove meses de atividade, o Radar Social registou 121 sinalizações, correspondentes a 72 pessoas e 49 famílias, abrangendo 202 munícipes. As situações foram identificadas em 17 das 18 freguesias do concelho, com maior incidência em territórios urbanos.
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Segundo o relatório, as dificuldades económicas surgem como principal motivo de sinalização (44 casos de insuficiência de rendimentos e 13 de ausência de rendimentos), seguidas da solidão e isolamento (16), ausência de cuidadores (9), problemas habitacionais (8) e risco de despejo (6). As situações de rua e de violência doméstica também constam do levantamento, embora em menor número.
A origem das sinalizações reflete o envolvimento da comunidade e das instituições locais: 41 sinalizações foram feitas por serviços públicos e entidades parceiras, 31 por cidadãos e 30 por associações locais, incluindo de apoio social e voluntariado. Também se registaram contactos por familiares (13), vizinhos (3) e de forma anónima (2). O e-mail foi o canal mais utilizado (74 sinalizações), seguido do formulário online e do atendimento presencial.
Apesar de alguns constrangimentos iniciais, como o arranque faseado da equipa e o acesso tardio à aplicação nacional de registo, o projeto tem vindo a consolidar-se, apoiado na articulação com a Rede Social de Coimbra e os seus parceiros.
Das 121 sinalizações, 68 foram já encaminhadas para resposta adequada, 22 encerradas (por ausência de consentimento, duplicação ou ausência de vulnerabilidade) e 31 encontram-se em acompanhamento. A maioria das pessoas sinalizadas são mulheres com mais de 70 anos, evidenciando um padrão de fragilidade acrescida entre a população idosa.
O Radar Social de Coimbra integra-se na estratégia de desenvolvimento local e visa reforçar a capacidade de atuação em rede, promovendo o conhecimento do território, a mobilização dos recursos existentes e a construção de respostas integradas.
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