Um incêndio florestal está a ameaçar a localidade de Póvoa de São Cosme, no concelho de Oliveira do Hospital, durante a tarde desta sexta-feira, 19 de setembro.
Isilda, uma das habitantes da zona, relatou momentos de grande aflição quando viu as chamas aproximarem-se da sua propriedade. “Foi como reviver 2017. Foi tudo de novo. Tivemos de recorrer à poça de água para salvar os animais e a nossa vida”, contou, visivelmente abalada, em declarações ao Notícias de Coimbra.
A habitante explicou que, apesar de ter conseguido proteger a maioria dos seus animais, perdeu uma coelha devido ao fumo intenso. “Consegui salvar os coelhos, os gatos e o cão. Levei-os para junto da poça de água, e ali ficámos à espera que o pior passasse. Só perdi uma coelha.”
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A situação foi crítica ao ponto de uma bombeira ter recomendado à residente a evacuação imediata da área, mas Dona Isilda decidiu permanecer com os seus animais. “Disse que ficava. E fiquei.”
O incêndio acabou por destruir os arrumos, árvores como oliveiras, videiras, nogueiras e outras árvores de fruto, apesar do terreno estar limpo e capinado. “Não sei como ardeu. Isto estava tudo limpo”, lamentou.
A propriedade foi parcialmente salva graças à intervenção de familiares e vizinhos que chegaram posteriormente com um trator e um depósito de água, ajudando a controlar pequenos focos ainda ativos. “Vieram ajudar-nos, porque lá em cima as coisas deles já estavam seguras. Só agora conseguiram vir cá.”
Apesar do perigo iminente, não houve registo de feridos, e os residentes, por meios próprios, conseguiram conter o fogo até à chegada de reforços. A casa de arrumos e parte da área agrícola foram, no entanto, consumidas pelas chamas.
O incêndio, impulsionado pelo vento forte, continuou a alastrar-se pela zona norte do concelho de Oliveira do Hospital, uma área que faz fronteira com o distrito de Viseu. À chegada da equipa do Notícias de Coimbra, o fumo ainda era intenso e algumas zonas permaneciam com pequenos focos ativos.
As autoridades permanecem no terreno a acompanhar a evolução do incêndio, que continua a preocupar as populações locais.
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