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Familiares de historiador penelense estão “fartos de promessas em vão”

Rui Avelar | 2 horas atrás em 17-09-2025

Imagem: DR/Turismo Centro de Portugal

O direito de uso e superfície por parte da Câmara Municipal de Penela sobre o castelo de Germanelo está a dar “pano para mangas” em vésperas de campanha eleitoral autárquica.

O presidente da CMP, Eduardo Santos, espera alcançar novo acordo para a autarquia manter o direito de uso e superfície sobre o castelo, mas Salvador Manuel, neto do falecido historiador Salvador Dias Arnaut, confessa receio face à “escassez de clarividência” a menos de um mês das eleições locais.

Ciente de que,”nesta fase, a clarividência das pessoas é escassa”, Salvador Manuel Arnaut, empresário, “perante tanto disparate nas últimas horas”, entendeu facultar um depoimento a Notícias de Coimbra.

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“Estamos [familiares do historiador] um bocado fartos de reuniões e de promessas em vão, sendo que umas e outras vêm de trás, não são de agora”, alega.

“Perplexos com a reacção geral” inerente às notícias divulgadas, terça-feira (16 de setembro), por NDC, os herdeiros de Salvador Dias Arnaut fazem notar que ele “jamais se envolveria em qualquer luta política e, por maioria de razão, partidária”.

Em “respeito pela memória” do historiador, os respectivos familiares lamentam que o assunto esteja a ser “discutido, neste momento”, alegando que “a importância” do mesmo “requer serenidade e muita ponderação”.

Ao desenrolar a fita do tempo, Salvador Manuel lembra que o antigo líder do Município penelense Paulo Júlio (2005-2011) teve a iniciativa de formalizar um protocolo com os herdeiros de Dias Arnaut.

“O que o antigo autarca nos apresentou foi um projecto consistente, audaz e corrente, cujo conteúdo, do nosso ponto de vista, respeitava os valores por que pugnou o historiador”, acentua o empresário.

Para Salvador Manuel, no quinquénio de 2005 a 2010, a divulgação do castelo de Germanelo e o Centro de Estudos de História Local e Regional (CEHLR) de Dias Arnaut tiveram uma acção programática, atraíram intelectuais e mobilizaram eruditos e jovens licenciados.

“Após a saída de Paulo Júlio [da CMP], as coisas entraram, progressiva e lentamente, num processo de degradação e de desmotivação”, alega o empresário. Quanto a culpados, Salvador Manuel remete para “a probabilidade de terem sido todos”.

O actual executivo camarário, prossegue o autor do depoimento, não foi o único culpado pela degradação do monumento, classificado de sítio de interesse público, pela falta de divulgação e pelo “abrandamento das iniciativas culturais do CEHLR”.

“O actual executivo municipal meteu mãos à obra no sentido de (…) voltar a dar aos espaços a dignidade que já tiveram e até de continuar a sua progressão”? À sua pergunta, Salvador Manuel responde negativamente.

Neste contexto, resume o neto de Dias Arnaut, os familiares do historiador sentem-se “completamente desiludidos com o estado das coisas”.

“A família sente-se desiludida com a CMP enquanto instituição; nada de pessoal, nem contra quem quer que seja em particular”, assinala.

Para Salvador Manuel, parafraseando Eduardo Santos, a oposição à renovação do protocolo, outorgado em 2005, consiste em “voltar a ‘obrigar’ a autarquia a dizer o que pretende, para onde quer ir e que ideia/plano possui para o futuro do monumento”.

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