Política
André Ventura apresenta-se como candidato “antissistema” nas Presidenciais de 2026

Imagem: Facebook
O líder do Chega, André Ventura, apresentou-se hoje como o candidato a Presidente da República antissistema, e defendeu que a sua participação nas eleições presidenciais do próximo ano é uma forma de liderar a oposição.
Numa declaração na sede do Chega, sem direito a perguntas, André Ventura apresentou-se como um candidato “em nome do Chega, antissistema e que representa um corte com o domínio dos partidos” e considerou que o antigo almirante Henrique Gouveia e Melo, seu adversário, é um “representante do espaço socialista”.
“Na verdade, não há nenhuma duplicidade nem nenhuma luta entre candidatos antissistema. Há um candidato antissistema e há um candidato que acontece de ser militar e que vai representar o espaço do socialismo e do centro político em Portugal”, defendeu, referindo-se a Gouveia e Melo, que deixou a vida militar para se candidatar a Belém.
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O candidato presidencial considerou que estas eleições “são uma forma de liderar também a oposição” porque vão concorrer contra candidatos que “trouxeram para a sua candidatura o pior que o sistema tem”.
“Estas eleições presidenciais não foram uma escolha minha, não são o meu desejo, nem seriam o meu desejo, mas elas são, neste momento, compreendam todos agora ou não, a melhor forma de liderar a oposição em Portugal. E garantir que essa oposição será liderada por quem verdadeiramente quer transformar o país e quem tudo arriscará para poder vencer o sistema e transformar o país”, salientou.
“Acabar de vez com o bipartidarismo e enterrá-lo, como fizemos no dia 18 de maio, será a garantia que tomámos a opção certa para estas eleições presidenciais. Se formos à segunda volta, e mesmo que vençamos estas eleições presidenciais, significou o levantar de um movimento político que nunca se viu no nosso país, capaz de derrotar em poucos meses PS e PSD e capaz de remetê-los à insignificância das suas candidaturas”, sustentou.
André Ventura disse que será “o candidato dos portugueses comuns” e que “nenhum dos outros três candidatos pode representar o espírito de mudança que o Chega tem vindo a imprimir na sociedade portuguesa” nem “pode representar o rompimento e a quebra com o sistema”.
Quanto às suas prioridades, elencou as do partido e disse que quer combater a corrupção, a “subsidiodependência” ou a “imigração descontrolada”. E indicou que o seu slogan será “os portugueses primeiro”.
O presidente do Chega aproveitou para fazer um apelo ao voto e pediu aos portugueses para acreditarem e confiarem que quer “levar a bom porto um projeto de transformação do país que se não acontecer a partir de São Bento, acontecerá a partir de Belém, que se não acontecer a partir de Belém, acontecerá a partir das galerias do parlamento”.
E dirigiu-se especialmente aos ex-combatentes, “àqueles que foram abandonados pelo sistema pós-25 de Abril” e também aos jovens, àqueles que votam pela primeira vez, e aos que já votaram no Chega.
No início do ano, o presidente do Chega tinha anunciado a intenção de se voltar a candidatar a Presidente da República, mas tinha vindo a distanciar-se dessa possibilidade quando foram marcadas legislativas antecipadas, das quais o partido saiu reforçado, depois de se tornar na segunda maior força no parlamento.
Mais recentemente, indicou estar mais próximo de avançar e na sexta-feira, no discurso de abertura de uma reunião do Conselho Nacional, convocada para discutir as eleições presidenciais, André Ventura disse estar disponível para ser candidato.
André Ventura foi candidato a Presidente da República em 2021, quando Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito para o segundo mandato em Belém, e conseguiu 11,90% dos votos, ficando em terceiro lugar, atrás de Ana Gomes.
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