A partir de domingo, 14 de setembro, Portugal continental deverá enfrentar um período de cerca de 10 dias com tempo mais quente, seco e estável devido à entrada da Oscilação do Atlântico Norte (NAO) na sua fase positiva, conhecida como NAO+.
A previsão é avançada pela Meteored Portugal, com base nos modelos europeus de confiança, como o ECMWF.
A NAO é uma teleconexão climática que influencia os padrões atmosféricos de grande escala no Atlântico Norte e, consequentemente, o clima em várias regiões da Europa. Quando o índice NAO entra em fase positiva, regista-se um aumento significativo da diferença de pressão entre a depressão da Islândia e o anticiclone dos Açores.
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Este aumento gera uma corrente de jato polar mais intensa e menos ondulante, criando condições de maior estabilidade no sul da Europa, enquanto no norte se intensifica a circulação de tempestades.
Segundo o geógrafo e editor-chefe da Meteored Portugal, Alfredo Graça, esta alteração atmosférica tem impactos diretos no tempo em Portugal. Com a afirmação da NAO+, espera-se um período de tempo geralmente seco, soalheiro e com temperaturas acima da média.
As regiões do interior Norte e Centro e o Alentejo poderão registar uma anomalia térmica positiva de cerca de +1 ºC, enquanto o Algarve poderá atingir +3 ºC acima do normal. No que diz respeito à precipitação, prevê-se uma redução significativa da pluviosidade a sul da cordilheira Montejunto-Estrela, com valores abaixo do habitual para esta altura do ano.
Mapas meteorológicos analisados pela Meteored mostram ainda uma vasta região anticiclónica a instalar-se sobre o Sudoeste da Europa, coincidindo com a localização de Portugal continental, o que reforça a previsão de estabilidade atmosférica. Em contraste, sobre a Escandinávia, Islândia e Ilhas Britânicas deverá dominar uma região de baixa pressão.
Estas condições, que deverão prolongar-se durante boa parte da segunda quinzena de setembro, são típicas de uma fase positiva da NAO, e poderão ter implicações em setores como a agricultura, gestão de recursos hídricos e risco de incêndio rural, especialmente em zonas mais suscetíveis à seca.
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