A utilização de um cabo com núcleo em fibra poderá ter estado na origem do acidente com o Elevador da Glória, segundo revela o relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), divulgado esta semana.
O documento aponta também para o não funcionamento eficaz dos sistemas de travagem, uma falha considerada crítica na operação do emblemático ascensor lisboeta, em serviço desde o século XIX.
De acordo com o Executive Digest, o acidente poderá ter sido desencadeado por uma alteração introduzida há cerca de seis anos, quando o cabo de aço original foi substituído por um modelo composto por seis cordões de aço com núcleo em fibra, material com menor rigidez e comportamento mecânico diferente.
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A troca do cabo ocorreu em setembro de 2024 e, segundo os registos da Carris, ainda faltavam 263 dias para o fim do seu ciclo de vida útil no momento do acidente.
Além da questão do cabo, o GPIAAF destaca ainda falhas graves nos sistemas de travagem. O relatório indica que os travões pneumáticos e manuais não tinham capacidade para imobilizar as cabinas em caso de falha no cabo, o que invalida a existência de um sistema de segurança redundante, obrigatório em infraestruturas deste tipo.
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