Política
Gouveia e Melo considera que Portugal tem de planear melhor para evitar acidentes como o do elevador da Glória

O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo alertou hoje que Portugal tem de pensar, planear e organizar-se melhor para evitar acidentes como o do elevador da Glória, em Lisboa.
“Eu acho que temos é que aprender. O Estado Português tem que deixar de ser um Estado que improvisa muito e que reage muito, tem que começar a pensar, a planear e a organizar-se melhor para evitar estes acidentes”, defendeu Gouveia e Melo.
À margem das “Conversas com o Presidente”, evento promovido pela Fundação AEP, no Porto, o candidato presidencial sublinhou que a responsabilidade política existe sempre de forma direta ou indireta, sendo necessário cuidado quando se responsabilizam determinados atores políticos num determinado momento no tempo.
PUBLICIDADE
“Isto porquê? Porque a falha daquele sistema, do que eu li do relatório inicial, é uma falha sistémica de desenho de engenharia e essa falha não é de hoje, já está assim há muito tempo”, apontou.
Por isso, é preciso não tirar conclusões precipitadas, sustentou.
“Queimar pessoas em praça pública com conclusões precipitadas é coisa que eu nunca farei”, frisou.
Questionado sobre as declarações do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que criticou “a politização” do descarrilamento do elevador da Glória, Henrique Gouveia e Melo optou por não comentar por se tratar de uma questão política em que não quer entrar.
“Para mim, é a tal luta político-partidária e eu não quero entrar nessa luta, principalmente porque já vai haver, dentro de pouco tempo, o escrutínio público e vão haver eleições autárquicas”, apontou.
Nessa sequência, o candidato presidencial reafirmou que de acordo com o relatório inicial o que aconteceu foi uma falha sistémica que não é dos últimos dois, três ou cinco anos.
“É um problema dos 10, 20, 30 anos anteriores. Portanto, qual é a culpa? Onde é que está a culpa? A culpa está na nossa incapacidade de refletir, de forma profunda, sobre os aspetos de segurança e de forma planeada”, salientou.
Gouveia e Melo reforçou que veio para a política para discutir ideologias e unir os portugueses, motivo pelo qual quer ser “um político e não um politiqueiro”.
O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou na quarta-feira, causando 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.
Entre os mortos, contam-se cinco portugueses, dois sul-coreanos, um suíço, três britânicos, dois canadianos, um ucraniano, um norte-americano e um francês.
Na sequência do acidente, o Governo decretou um dia de luto nacional, e a Câmara Municipal de Lisboa três dias de luto municipal.
O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.
PUBLICIDADE