O executivo municipal de Coimbra aprovou hoje um contrato-programa de desenvolvimento desportivo, celebrado entre a Câmara e a Associação de Futebol de Coimbra, que “salvaguarda os interesses das modalidades”, depois de um primeiro documento estar “longe do ideal”.
“Reconhecemos que o primeiro documento estava longe do ideal, mas foram trabalhadas soluções para que, no caso concreto, o futebol e o rugby, possam crescer em Coimbra, sem limitações físicas de espaços de treino e de competição”, destacou o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra.
O Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo entre o Município de Coimbra e a Associação de Futebol de Coimbra foi aprovado por unanimidade, em reunião extraordinária do executivo de Coimbra, seguindo agora para aprovação em Assembleia Municipal.
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Na reunião ordinária de segunda-feira, o presidente da Câmara de Coimbra acabou por retirar da ordem de trabalhos uma proposta de protocolo de cooperação e cedência de infraestrutura desportiva entre a Câmara Municipal de Coimbra e a Associação de Futebol de Coimbra.
“Retirei o ponto da ordem de trabalhos para se levar a uma nova reunião. Naturalmente que recebemos contactos das várias entidades envolvidas ou afetadas e isso mostra também que sabemos ouvir essas entidades e corrigir alguma coisa: não temos nenhum problema em corrigir aquilo que precisa de correção”, destacou.
A este propósito, a vereadora do PS Rosa Cruz considerou que o processo do contrato-programa com a Associação de Futebol de Coimbra dava “uma rábula em três atos, que decorreu durante três dias”.
“No primeiro ato (25 de agosto) temos, para discussão e aprovação, na reunião de Câmara, um protocolo de cedência por 30 anos. Mais parecia uma escritura de propriedade do Estádio Sérgio Conceição passada para a Associação de Futebol de Coimbra, com gestão total entregue, clubes históricos reduzidos a utilizadores de favor: o União de Coimbra com uns treinos semanais, o râguebi da Académica limitado a quatro anos, o Comité Regional de Rugby a prazo de seis meses”, referiu.
Segundo a autarca, tratou-se de uma proposta “desequilibrada e que gerou contestação”.
Na quinta-feira de manhã, disse ter ocorrido um segundo ato, que, perante as críticas, originou recuos.
“Passamos a ter um contrato-programa para quatro anos, já aparece a Secção de Rugby da Associação Académica de Coimbra e o Comité Regional de Rugby do Centro, com uma situação mais confortável, mas dependentes de encontrar alternativas futuras: o União 1919 a manter as condições do primeiro ato. Proposta mais equilibrada e que salvaguarda as instituições referidas”, indicou.
O terceiro ato disse ter chegado hoje à tarde, com “uma versão final”, em que “a grande novidade é apenas a alteração, que era obrigatória desde o início, de salvaguarda do União 1919 no cenário de subida de divisão, senão perderia o direito à utilização do Estádio”.
“Três versões em três dias, sempre a acrescentar o que tinha ficado de fora, sempre a reagir à contestação pública, sem uma visão clara para o desporto municipal”, afirmou.
Apesar das críticas, os vereadores do PS votaram favoravelmente a proposta de contrato-programa por entenderem que “esta versão final é mais equilibrada do que a proposta inicial, garantindo um enquadramento legal e assegurando a utilização do Estádio Municipal Sérgio Conceição”.
Também o vereador da CDU, Francisco Queirós, que votou a favor, aludiu ao facto de na reunião do executivo de segunda-feira ter sido apresentado um documento “completamente diferente”.
“Não sei se por precipitação, mas estava preparado para votar contra, com uma declaração de voto, pois não estavam salvaguardados os interesses do Rugby e da União. Mas esta é a prova de que com diálogo, ouvindo as partes, se encontrou uma formulação que permitiu melhorar significativamente o documento”, apontou.
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