Um comprimido experimental de toma diária desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly mostrou resultados promissores no tratamento da obesidade, permitindo aos participantes perder em média 12,4% do peso corporal ao longo de 72 semanas, de acordo com dados preliminares divulgados pela empresa.
O medicamento, chamado orforglipron, pertence à mesma classe de fármacos que o Ozempic, Wegovy e Mounjaro, conhecidos como agonistas dos recetores GLP-1. Estes medicamentos atuam imitando uma hormona que prolonga a sensação de saciedade.
Ao contrário das alternativas já disponíveis no mercado, que são administradas por injeção, o orforglipron é tomado em forma de comprimido diário, o que pode representar uma vantagem significativa em termos de conveniência e adesão ao tratamento, escreve a EuroNews.
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O ensaio clínico incluiu mais de 3.100 adultos com excesso de peso ou obesidade, todos com pelo menos um problema de saúde associado ao peso (excluindo diabetes). Após 72 semanas, os participantes que receberam a dose de 36 mg por dia perderam, em média, 12,4 kg. Além disso, registaram-se melhorias em fatores de risco cardiovascular, como colesterol, triglicéridos e tensão arterial.
Apesar dos resultados encorajadores, a perda de peso foi inferior à registada noutros medicamentos injetáveis, como o Wegovy (13,2%) ou o Zepbound (20,2%). No entanto, especialistas sublinham que a possibilidade de substituir a injeção por um comprimido poderá aumentar significativamente a procura.
Os efeitos secundários relatados foram sobretudo gastrointestinais — incluindo obstipação, diarreia e vómitos — semelhantes aos de outros medicamentos desta classe.
Simon Cork, professor de fisiologia na Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, considera que os resultados representam “um passo positivo no desenvolvimento desta classe de medicamentos”.
A Eli Lilly pretende submeter o orforglipron à aprovação das autoridades reguladoras até ao final do ano e já prepara o lançamento mundial, caso receba luz verde.
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