Um esquema de fraude em postos de abastecimento, conhecido como “burla do surtidor”, está a preocupar as autoridades em vários países europeus e pode chegar a Portugal.
A prática, já identificada em França e relatada pelo portal espanhol El Motor, aproveita momentos de distração nas bombas de combustível para enganar condutores e retirar-lhes quantias muito superiores às esperadas.
O alerta foi dado após vários casos registados numa estação de serviço em Ardentes, da rede Avia. De acordo com o canal francês TF1, o golpe começa de forma aparentemente inofensiva: um desconhecido aborda um condutor e pede-lhe que pague um pequeno valor de combustível com o cartão bancário, entregando-lhe de imediato o equivalente em dinheiro.
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À primeira vista, a troca parece inocente. Contudo, o burlão não chega a abastecer corretamente. Depois de a vítima se ir embora, retoma o processo até ao limite máximo autorizado pela operação de pagamento, que pode atingir os 150 euros. Assim, o sistema entende que o abastecimento continua e debita o montante diretamente da conta da vítima.
A maioria dos lesados só descobre a fraude ao consultar o extrato bancário, quando já é tarde demais e o burlão desapareceu sem deixar rasto.
As autoridades francesas reforçam duas regras simples para evitar cair no esquema. Nunca aceitar pagar combustível a desconhecidos, mesmo que estes apresentem o valor em numerário. Confirmar sempre se a mangueira está corretamente colocada no veículo e verificar o valor exibido no ecrã do posto antes de sair.
Com o aumento do movimento nas áreas de serviço durante o verão, especialmente em autoestradas, o risco de ocorrência destas burlas cresce. O ambiente de pressa e distração típico das viagens longas cria condições ideais para a atuação dos criminosos.
Embora identificado em França, especialistas alertam que a simplicidade do esquema facilita a sua reprodução noutros países europeus, incluindo Portugal.
A chamada “burla do surtidor” é mais uma prova de que até ações banais, como encher o depósito, exigem atenção redobrada. Um gesto de boa vontade pode rapidamente transformar-se num encargo inesperado e pesado para os condutores.
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