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Venezuela garante estar preparada para se defender se Estados Unidos atacarem o país

Notícias de Coimbra com Lusa | 5 horas atrás em 22-08-2025

 O ministro de Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, advertiu os Estados Unidos para que não ousem a atacar o país, porque os venezuelanos estão preparados para defender a pátria, assim como enfrentarão a reação da América Latina.

Caracas recebeu como ameaça a notícia de que Washington enviou para águas caribenhas navios lança-mísseis e 4.000 fuzileiros numa alegada operação contra cartéis narcotraficantes, em resposta à qual Caracas anunciou a deslocação por todo o país de 4,5 milhões de milicianos, componente da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, apelou esta quinta-feira a uma mobilização este fim de semana da milícia, dos reservistas e de “todo o povo”, para enfrentarem as “ameaças” dos Estados Unidos.

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“Considero necessário e oportuno que no sábado e no domingo tenhamos um grande dia de mobilização (…) para dizer ao imperialismo: Chega de ameaças! A Venezuela rejeita-vos, a Venezuela quer a paz!”, declarou Maduro durante uma cerimónia de condecoração de milicianos.

“Eu digo aos Estados Unidos para não ousarem meter a mão aqui na Venezuela. Digo isso em nome da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), que sente isso nos corações e nas almas, para que não ousem, que não seremos apenas as Forças Armadas”, disse em um vídeo divulgado nas redes sociais Vladimir Padrino López.

O ministro explicou que os venezuelanos “são um povo unido, com identidade nacional, que quer e ama a paz, que quer e ama a pátria”.

“Não ponham um pé em território venezuelano nem agridam a nossa soberania, porque não seria apenas [contra] a Venezuela, seria uma agressão contra toda a América Latina”, acrescentou.

“Mesmo que existam governos vassalos, amantes dos senhores imperiais, mesmo assim, os povos estão aí. Isso seria uma agressão contra todos os povos da América Latina e das Caraíbas”, disse ainda Padrino Lopez.

Num evento separado, durante um ato com militares, o ministro rotulou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, como “nauseabundo”, por acusar os oficiais das FANB de armazenarem drogas nos quartéis venezuelanos.

“Viram isso? Que coisas realmente bizarras. Eles conhecem a nossa história desde [Simón] Bolívar até agora. Conhecem muito bem a força do povo venezuelano, dos seus soldados, homens, e mulheres (…). Eles sabem do que somos feitos e é por isso que querem forçar uma mudança de regime na Venezuela, destruir a Constituição, para fazer uma nova, neoliberal, que obedeça aos interesses dos impérios”, afirmou.

O governante sublinhou que a Venezuela “tem a maior reserva de petróleo, de gás e minerais do mundo” debaixo da terra, e na superfície é povoada por uma “estirpe humana, que vai defender cada centímetro do seu território, do seu espaço aéreo e marítimo”.

O presidente do Assembleia Nacional da Venezuela (ANV), Jorge Rodríguez, disse na quarta-feira que a Venezuela é o país do continente americano com mais vitórias no combate ao tráfico de droga, e advertiu que as autoridades vão deter os estrangeiros que entrem no país sem autorização.

“Portanto, seja quem for o estrangeiro que entre neste país sem autorização, entra, mas não sai, fica aqui. Fica preso, ou fica como ficar, mas fica”, ameaçou Rodríguez.

A imprensa norte-americana noticiou que Washington tem planos para enviar cerca de 4.000 fuzileiros navais para a zona.

Washington não reconhece o resultado das duas últimas reeleições presidenciais de Maduro e acusa-o de liderar o Cartel de los Soles, que considera uma organização criminosa de tráfico de drogas.

A Procuradoria-Geral dos Estados Unidos oferece ainda uma recompensa de 50 milhões de dólares (43 milhões de euros) por informações que possam levar à sua detenção.

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