A freguesia de Teixeira, em Seia, continua a sofrer com os incêndios recorrentes que assolam a região. Rosa Freiro, moradora há 46 anos, relata que os fogos acontecem “pelo menos umas três ou quatro vezes” desde que se lembra, com frequência aproximada de “sete em sete anos”.
“Para o ano não temos este problema. Porque já ardeu tudo, não é?”, diz Rosa, explicando que mesmo com os cortes de pinheiros e mato durante o inverno, o fogo continua a atingir a área. “Mas nunca é tão perigoso.”
Durante os incêndios mais recentes, os habitantes permaneceram em casa enquanto o fumo tornava o ar quase irrespirável. “Pelo menos dois dias parecia que era um nevoeiro cerrado,” recorda. O abrigo dos seus animais foi salvo graças à intervenção do marido e dos bombeiros. “Se não fosse o meu marido e se não fossem os bombeiros, não havia nada a fazer. Estou a criar frangos e galinhas poedeiras. Ficava sem nada.”
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O fogo voltou a reacender várias vezes, obrigando o marido de Rosa e amigos a recorrerem a carrinhas com kits de água para proteger as galinhas. “Ontem foi pior… se tivesse que qualificar, ontem foi o dia pior aqui em Teixeira. Mas antes de ontem o fogo passou com mais força,” comenta.
Hoje, a paisagem de Teixeira apresenta-se devastada. Rosa alerta também para os problemas que virão com as chuvas de inverno: “Vai ser um inverno muito rigoroso. Qualquer dia nós temos terras para cultivar e não temos terras. Está tudo cheio de cascalho, tudo com porcaria que vem lá de cima, do cimo da serra.”
Apesar das adversidades, Rosa mantém-se firme, garantindo que a comunidade fará o possível para se reerguer.
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