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Entre lã e seda, a história da Casa Salgueiro ficou bordada na Figueira da Foz
Imagem: Comércio com História
Fundada a 1 de abril de 1911, a atual Casa Salgueiro, na Figueira da Foz, abriu portas ao público sob o nome de “Loja Nova, de Pinha & Salgueiro”.
O projeto nasceu da sociedade entre José Pinto da Pinha e José Antunes Salgueiro, como uma casa especializada na venda de tecidos de lã, seda, algodão e diversas miudezas.
Pouco tempo após a abertura, José Antunes Salgueiro tornou-se o único proprietário. Em 1965, com o seu falecimento, a viúva Aurora Batista Pinheiro Salgueiro garantiu a continuidade da loja através de um acordo com dois fiéis empregados: José da Silva Cordeiro Júnior e o irmão Raúl da Silva Cordeiro, que assumiram a gestão e a propriedade do negócio, explica o Comércio com História.
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A história da Casa Salgueiro vive da dedicação destes homens. José da Silva Cordeiro Júnior começou como marçano aos 11 anos e manteve-se na loja durante 77. O irmão, Raúl, acompanhou-o durante 60 anos.
Durante décadas, a loja foi conhecida pela diversidade: vendia tecidos de chita, artigos de lã e até meias para pescadores, devido à proximidade da antiga lota, então situada em frente. Hoje, dedica-se sobretudo à venda de atoalhados, mas preserva a alma de outrora.
Instalada no piso térreo da Casa do Paço, edifício datado dos séculos 17-18, a Casa Salgueiro mantém vivas as marcas da sua origem como os tetos em abóbada de nervuras, chão e portas originais, e mobiliário em madeira de riga, proveniente de um navio naufragado na costa da Figueira da Foz.
Entre as relíquias ainda expostas, destaca-se a caixa registadora primitiva, que traz gravada a frase: “O freguês verá no mostrador a importância da compra”.
Hoje, a loja é conduzida por Otília Cordeiro, filha de José Cordeiro Júnior, que preserva não apenas o negócio, mas também a memória de uma casa que atravessou gerações e se tornou parte integrante da história comercial e cultural da Figueira da Foz.
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