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CineEco regressa em outubro com 81 filmes em competição

Notícias de Coimbra | 3 horas atrás em 17-08-2025

De 10 a 18 de outubro, Seia volta a ser o centro do Cinema Ambiental mundial. A Seleção Oficial dos filmes em competição na 31ª edição do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela é agora revelada. Estão a concurso 81 longas, médias e curtas-metragens internacionais e em língua portuguesa, filmadas em 31 países, e com ângulos de abordagem diversificados, tendo no Ambiente a sua temática transversal.

O CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, um dos festivais de referência de cinema ambiental da Europa, celebra este ano a sua 31ª edição.De 10 a 18 de outubro, Seia, bem no sopé da mais alta montanha de Portugal continental, a Serra da Estrela, volta a ser o centro da reflexão, debate e partilha de conhecimento sobre as questões climáticas e ambientais. 

Este ano, o festival apresentauma seleção oficial de 81 longas, médias e curtas-metragens internacionais e em língua portuguesa de 31 países, propondo um mosaico cinematográfico rico e diversificado sobre os desafios ambientais contemporâneos.

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Na Seleção Internacional de Longas-metragens é de realçar um conjunto de dez obras em estreia absoluta em Portugal onde o fator humano é sempre determinante na investigação, observação ou vivência de uma dimensão da crise climática.

Comecemos com dois filmes-denúncia: “White House Effect”, de Bonni Cohen, Pedro Kos, Jon Shenk, EUA, que explora a história dramática da origem da crise climática e como uma batalha política no governo de George H.W. Bush mudou o curso da história. Na mesma linha de ação, “Black Snow”, de de Alina Simone, EUA, o filme está centrado numa eco-ativista siberiana, apelidada de “Erin Brockovich da Rússia”, que luta pela sua comunidade.

A comédia subtil “Climate in Therapy” , de Nathan Grossman, Olof Berglind, Malin Olofsson, Suécia, coloca sete cientistas do clima em terapia para lidar com as suas próprias emoções. Já o drama documental, “A New Kind of Wilderness”, de Silje Evensmo Jacobsen, Noruega, acompanha uma família que procura uma existência livre e selvagem. O conto sombrio “Pet Farm”, de Finn Walther, Martin A. Walther, Noruega, aprofunda os laços afetivos com os animais. Essa relação também é observada em “Milch ins Feur” (Smell of Burnt Milk), de Justine Bauer, Alemanha, uma meditação rural sobre o significado de ser um agricultor moderno, a feminilidade e a maternidade.

Os lugares mais marcantes desta programação surgem em “The Town That Drove Away” de Grzegorz Piekarski, Natalia Pietsch, Polónia, filmado no Curdistão com os últimos residentes de uma cidade secular ameaçada quando o governo turco inunda as suas terras. “KATWE”, Nima Shirali, Uganda/Suécia, filmado num lago de sal africano onde a extração deixou de sustentar uma comunidade, e “Xue Shui Xiao Rong de Ji Jie (After the Snowmelt), de Yi-Shan Lo, Taiwan/Japão, retrata uma trágica expedição nos Himalaias.

A Seleção Oficial Internacional fica completa com a longa-metragem animada “Angelo na Floresta Mágica” , de Alexis Ducord, Vincent Paronnaud, França/Luxemburgo, sobre um rapaz de dez anos que sonha tornar-se explorador e zoólogo.

Já na Seleção de Longas-metragens em Língua Portuguesa destaca-se a estreia nacional do documentário brasileiro ” Tesouro Natterer”, de Renato Barbieri. Grande vencedor da edição 2024 do “É Tudo Verdade”, principal festival documental da América Latina, o filme narra a aventura desconhecida de um indigenista austríaco pela Amazónia no século XIX. O mesmo tema do olhar estrangeiro e exótico sobre a grande floresta brasileira retorna sob uma outra perspetiva no ensaístico e provocador “Não haverá mais história sem nós”, de Priscilla Brasil.  A Amazónia também aparece na ficção “Enquanto o ceú me espera”, de Christiane Garcia. Protagonizado pela estrela brasileira Irandhir Santos, o filme narra o drama vivido pelas populações ribeirinhas com a perturbação do ciclo das chuvas causada pelas mudanças climáticas.

Da Amazónia, a competição em língua portuguesa segue para Luanda, onde o documentário “Linha de água”, de Rui Simões, retrata o trabalho único do artista angolano Victor Gama, que une natureza e experimentação sonora. Já em Portugal, a realizadora Marta Pessoa faz um passeio estético e poético pelos jardins de Lisboa em “Isto não é um Jardim”. E a cineasta indiana Kopal Joshy vai até à Serra da Estrela, onde estabelece uma amizade inesperada e comovente com um antigo morador local no documentário “Somos dois abismos”

Nesta seleção oficial do CineEco 2025, contamos ainda com a Competição de Curtas e Médias Metragens tanto internacionais como de língua portuguesa. Nas internacionais, destacamos a curta documental ” A qui le Monde” (Blooming), de Marina Russo Villani e Victor Missud, França, que teve a sua estreia nos Rencontres Internacionales de Paris e Berlim e ganhou o Green Festival Award deste ano.

A produção luso-croata “That how i love you”, de Mário Macedo, venceu o Grande Prémio do Curtas Vila do Conde do ano passado e PET FARM, do norueguês Martin A. Walther, foi menção honrosa já este ano em Salónica, no Thessaloniki Film Festival. Já o multipremiado filme de terror de Gonçalo Almeida, “Atom & Void, arrecadou o Méliès d’Argent deste ano no HÕFF – Haapsalu Horror and Fantasy Film Festival, na Estónia, e Menção Honrosa no Fantastic Fest, EUA, do ano passado.

Quanto às curtas em língua portuguesa, destaque para as co-produções luso-brasileiras: “Enxofre”, Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes, “Tempo de sorrir” de Jonas Almeida Braga Amarante, e “Cantos da Metamorfose ou aquela vez em que eu encarnei como boto” , de Ainá Xisto.

Não menos importante é a Secção Competitiva Panorama Regional, dedicada a filmes com narrativas centradas no território e na Serra da Estrela e que, este ano, conta com as participações de ” O último pastor de Sabugueiro”, de Laurène da Palma Cavaco, “O incêndio”, de Joana Cabete, “Somos dois abistos” (We are two Abysses), de Kopal Joshy, “Talhados na pedra” , de Tiago Cerveira, “Montaña abaixo”  (Down the Mountain), de Carlos Martínez-Peñalver Mas, e de “Porta-te Bem”, de Joana Alves.

De ressalvar que, este ano, o CineEco inclui pela primeira vez uma nova categoria na competição para Curtas-metragens de Ficção, Não Ficção e Animação, na qual concorrem 13 filmes de 12 países.

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