O cenário é desolador em Chãs d’Égua. Foi nesta localidade que, segundo relatos de populares, caiu um dos raios que terão dado origem ao grande incêndio que, desde quarta-feira, tem assolado vários concelhos da região centro.
“Acordei com um estrondo enorme às cinco da manhã”, conta Arlindo Pereira, emigrante em visita à sua terra natal. “Pensei que fosse apenas uma trovoada, até choveu um pouco depois. Mas, quando acordei novamente, já havia muito fumo. Foi aí que percebi que algo estava mal.”
As chamas espalharam-se rapidamente pelos vales e encostas, alimentadas pelo vento. Arlindo foi um dos muitos residentes que teve de abandonar a aldeia. “Os bombeiros chegaram duas a três horas depois e avisaram-nos de que era preciso sair. Fomos levados para Vide e mais tarde dormimos nos ginásios de São Romão. Trataram-nos muito bem”, relata.
PUBLICIDADE
Apesar do medo, o fogo não chegou a destruir as habitações em Chãs d’Égua. “A minha casa está no meio das outras, se fosse para arder, tinham de arder todas. Felizmente, isso não aconteceu”, diz com alívio.
No entanto, os efeitos do incêndio continuam a fazer-se sentir. Há casas ainda sem eletricidade desde o momento do relâmpago e o forte cheiro a fumo permanece intenso. A vegetação, que antes atraía turistas ao Piódão, Chãs d’Égua e Vide, está agora irreconhecível.
“Isto está tudo de luto”, lamenta Arlindo. “Era uma paisagem magnífica. Agora não sobrou nada.”
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
