Política

Autárquicas: Pré-campanha ainda morna em Coimbra e com foco nas redes sociais

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 16-08-2025

 A pré-campanha para as eleições autárquicas ainda está morna por Coimbra, com um foco das diferentes forças políticas em publicação de conteúdo nas redes sociais, a maioria sem programa ainda apresentado.

Pelas ruas, rotundas e avenidas de Coimbra, os materiais de propaganda associados às eleições autárquicas ainda têm uma presença tímida, enquanto nas redes sociais começam a multiplicar-se publicações das diferentes forças políticas, dando a conhecer candidatos, a denunciar problemas – no caso da oposição – ou a enumerar conquistas – no caso do executivo.

A exceção vai para a coligação Avançar Coimbra, liderada pelo PS e encabeçada pela ex-ministra Ana Abrunhosa, que já tem há algum tempo alguns cartazes pela cidade, numa candidatura que arrancou com a campanha nas redes sociais cedo e em força para tentar devolver o governo da Câmara ao PS, que perdeu o município em 2021.

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A coligação de sete partidos Juntos Somos Coimbra, liderada pelo PSD e encabeçada por José Manuel Silva, procura manter a liderança do município, com afinações nas alianças partidárias (entre elas, a entrada da Iniciativa Liberal), tendo agora por parte do PS também uma conjugação de esforços, com a entrada do Livre, do PAN e do movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) – (que legalmente não pode integrar a coligação).

Além destas duas forças, vão também a jogo a CDU, que recandidata o atual vereador Francisco Queirós (que procura um quinto mandato), o Bloco de Esquerda (BE) regressa à política local depois de ter apoiado o CpC no passado com uma aposta no ex-deputado José Manuel Pureza, o Chega escolheu Maria Lencastre Portugal, uma antiga apoiante da candidatura de José Manuel Silva, e o ADN o motorista dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) Sancho Antunes.

À exceção do BE, que já apresentou o seu programa eleitoral, as restantes forças políticas ainda não divulgaram o seu documento programático, com a maioria das intervenções nas redes sociais a não se centrar em soluções ou propostas.

A candidata do Chega tem feito vários vídeos a apontar para problemas do concelho e a CDU, com o vereador com pelouros neste executivo, tem uma presença ainda tímida nas redes sociais, enquanto marca presença em manifestações, seja pela habitação ou na defesa dos motoristas dos SMTUC (que estiveram vários dias em greve).

Já Ana Abrunhosa, além de ir tecendo críticas ao executivo e antevendo posições, ainda que pouco concretas sobre algumas áreas temáticas, mostra-se nas redes sociais em feiras e festas, em visitas a empresas ou instituições, numa regularidade praticamente diária.

Se até ao início de julho, não era visível uma campanha formal da coligação Juntos Somos Coimbra, a partir da apresentação oficial da candidatura, têm-se multiplicado os vídeos que apontam para os resultados do mandato, num discurso centrado mais nesse balanço do que na projeção dos próximos quatro anos.

Além de defender o atual legado, José Manuel Silva deverá insistir na ideia de que herdou um município mal gerido e com vários problemas (anteriormente liderado por Manuel Machado, do PS), um registo que manteve desde 2021.

Neste campo, Chega, BE, CDU e ADN estarão à vontade para criticar quer o atual executivo, quer a liderança socialista do passado.

Aliás, José Manuel Pureza tem insistido nessa ideia e na crítica conjunta à atual coligação e à herança deixada pelo PS, por forma a se distanciar da candidatura de Ana Abrunhosa, que tem ainda em mãos alguma tensão dentro do PS, com alguns militantes que vocalizam o seu descontentamento quanto à coligação.

A falta de motoristas nos SMTUC, uma Baixa de Coimbra marcada pelo abandono e problemas sociais, um mercado de arrendamento e de compra de habitação com preços elevados, a higiene urbana ou o futuro da zona da estação de Coimbra-B deverão estar nas preocupações dos candidatos.

As obras e futuro arranque do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) deverão também assumir algum protagonismo na campanha.

O projeto já conheceu vários atrasos e foi alvo de manifestações contra abates de árvores previstos nas empreitadas. Apesar de ser no atual mandato que as obras avançaram, o SMM é também uma herança do anterior executivo liderado pelo PS.

Até outubro, o sistema não deverá estar a funcionar entre Serpins (Lousã) e Portagem (Coimbra), desconhecendo-se qual o impacto que as obras ao longo deste mandato e consequente trânsito poderão ter no incumbente.

Por um lado, o avançar da empreitada já permite apresentar parte da cidade de cara lavada, mas outra parte mantém-se como um grande estaleiro.

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