O incêndio que começou na zona do Piódão está a avançar rapidamente e preocupa as populações das aldeias de Pomares e Corgas. As chamas descem encostas íngremes, obrigando moradores a reagir para protegerem as suas casas.
No local, é visível a presença de muitas pessoas que, apesar do perigo, não querem abandonar as suas habitações. Alguns tentam regar telhados e terrenos, preparando-se para a chegada do fogo. As estradas que dão acesso a algumas aldeias já se encontram cortadas, limitando a evacuação e dificultando a intervenção das autoridades.
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José, residente na zona, explicou que, nesta altura, “não há bombeiros nem meios no local” e que a única forma de combater o incêndio seria através de meios aéreos, que ontem não estiveram disponíveis. “Se tivessem vindo meios aéreos, talvez o fogo não tivesse chegado a este ponto”, acrescentou.
O vento é outro fator crítico. Até agora estava calmo, mas a previsão aponta para rajadas que podem acelerar a propagação das chamas. “O vento muda de direção rapidamente, e isso é o nosso grande medo”, afirmou José, enquanto os habitantes se organizam para regar as casas assim que o fogo se aproximar.
Em Pomares muitos moradores sentem-se “entregues” e sozinhos nesta situação crítica. A coordenação do combate ao incêndio é também questionada: alguns habitantes afirmam que os meios de socorro estão “muito espalhados” e não chegam às zonas mais afetadas.
O incêndio aproxima-se rapidamente da aldeia, o vento desfavorável agravou a situação desde as primeiras horas da manhã, dificultando a contenção das chamas.
Os moradores organizam-se como podem, tentando proteger casas e cortar galhos para travar o avanço do fogo. “O lugar mais seguro que temos é este, temos que estar quietinhos e ajudar-nos uns aos outros”, relatou Paulo, residente na aldeia.
Apesar da presença de meios aéreos na região, a população afirma que, por enquanto, não há qualquer intervenção visível para controlar o incêndio. Ana Júlia, outra residente, resumiu o sentimento generalizado: “Neste momento sentimos-nos mesmo sozinhos, só temos a população e mais nada.”
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