Região

Morador solta os veados para fugirem ao fogo na Lousã

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 minutos atrás em 14-08-2025

Imagem: dr

Um residente numa das aldeias da serra da Lousã ameaçadas pelo incêndio florestal que lavra desde o início da tarde, soltou seis veados que habitualmente acolhe, para fugirem ao fogo, contou o próprio.

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Valter Martins e a mulher são os únicos habitantes do aglomerado de aldeias de Silveira de Cima e de Baixo, na encosta da Serra da Lousã onde deflagrou o incêndio em povoamento florestal e onde possui os animais, num terreno da povoação.

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“Tenho veados, há vários veados que perdem os pais e eu tenho condições na casa para os sustentar, já tenho lá sete. Mas andam em liberdade, e hoje fiz tudo o que foi possível para os enxotar, até pedras mandei, para fugirem [do fogo] para cima, para a zona das eólicas”, contou à agência Lusa Valter Martins.

Um dos animais, no entanto, não quis abandonar o cuidador: “Há um, que é mais pequenino, que anda aqui comigo na carrinha, anda a passear comigo, é uma aventura”, disse.

O morador retirou ainda os porcos que possui para um curral na localidade de Serpins, adjacente à sede do município da Lousã, bem como alguns cães.

No terreno das Silveiras, onde está desde 2012, o casal está a morar num abrigo improvisado – construído com recurso a uma galera de um camião – até terminar as obras na casa principal, de onde hoje também retirou diversos haveres, com receio que pudessem ser consumidos pelo incêndio.

“Aquilo é como um contentor isotérmico, não são paredes de pedra. Tive de tirar tudo de lá, frigorifico, fogão, televisão, veio tudo para a rua e carreguei cá para baixo [para a Lousã] para casa de um amigo”, explicou.

“Tirei o que pude, só ficaram as madeiras da mobília”, adiantou.

Pelas 21:45, as chamas estavam a ser combatidas por 315 operacionais, apoiados por 90 viaturas.

A presidente da junta de freguesia da Lousã e Vilarinho, Helena Correia, disse à Lusa que as cerca de 50 pessoas retiradas das oito aldeias evacuadas durante a tarde foram acolhidas no quartel dos bombeiros local e parte deverá passar a noite numa escola.

Além de Candal, junto à qual o incêndio começou, Cerdeira e o aglomerado das Silveiras, localizadas do lado esquerdo de quem sobe a EN (Estrada Nacional) 236, foram evacuadas as aldeias do Talasnal, Casal Novo, Chiqueiro, Catarredor e Vaqueirinho, situadas do lado direito daquela via.

Ao final da tarde, em declarações à Lusa, o presidente do município da Lousã, Luís Antunes, afirmou que o incêndio apresentava uma situação complicada.

“Temos duas frentes, uma mais no sentido ascendente e outra mais descendente”, disse Luís Antunes, acrescentando que as chamas lavram numa vertente junto à aldeia de Cerdeira e “depois numa vertente virada mais a sul”, ilustrou o autarca.

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