A Península Ibérica e os países dos Balcãs enfrentam hoje, em plena onda de calor, vários incêndios que destruíram já parte do sítio turístico espanhol e património mundial de Las Medulas.
A vaga de calor que a Europa enfrenta levou os institutos meteorológicos de França, Itália e Albânia a emitir alertas vermelhos perante a subida das temperaturas de calor.
PUBLICIDADE
Bordéus, no sudoeste de França, bateu hoje o recorde de calor com os termómetros a marcar 41,6ºC (graus Celsius).
Estas temperaturas elevadas, que começam a atingir o Reino Unido, são surpreendentemente intensas em comparação com os dados históricos.
Para Richard Allan, professor da Universidade britânica de Reading, ondas de calor mais extensas, mais longas e mais frequentes são uma consequência previsível do aumento das concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera, principalmente devido à utilização de combustíveis fósseis.
“A intensidade das ondas de calor no verão, mas também as condições meteorológicas extremas, secas ou húmidas, vão continuar a agravar-se progressivamente até que controlemos as nossas emissões de gases com efeito de estufa e estabilizemos o aquecimento global”, acrescentou, insistindo na necessidade de “preparação para um mundo mais perigoso”.
O Ministério da Saúde italiano emitiu hoje um alerta vermelho para sete grandes cidades, incluindo Bolonha e Florença, uma vez que as temperaturas deverão continuar a subir nos próximos dias. Onze cidades estão em alerta vermelho para terça-feira e 16 para quarta-feira.
Cerca de 190 bombeiros e o exército continuam a combater um incêndio que lavra desde sábado no parque que rodeia o Vesúvio, cujo acesso está fechado aos turistas.
Em Espanha, a onda de calor, com temperaturas próximas dos 40°C, deverá manter-se até domingo, e está a causar vários incêndios, de acordo com a meteorologia local.
A região de Castela e Leão, onde se situam Las Medulas, antigas minas de ouro romanas classificadas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 1997, registou 13 incêndios em apenas três dias, disse o conselheiro ambiental da região noroeste Juan Carlos Suárez-Quiñones.
O presidente da Câmara de Carucedo, cidade próxima das minas, Alfonso Fernández, disse que os ventos estão a dificultar o combate às chamas.
Outro incêndio, perto da cidade turística de Tarifa, no sul de Espanha, que estava controlado na sexta-feira, recomeçou com mais força, obrigando à retirada de 2.000 pessoas, algumas das quais para hotéis ou para a praia.
Portugal luta contra três grandes incêndios. O mais preocupante está localizado em Trancoso (centro) e mobiliza ainda mais de 650 bombeiros.
Em França, 20 departamentos, principalmente no oeste e no sul, foram classificados como de alto risco de incêndios pela meteorologia francesa, um dia depois de ter sido controlado o incêndio que consumiu 16.000 hectares no departamento de Aude (sul).
Na Turquia, mais de 2.000 pessoas tiveram que ser retiradas hoje na província de Çanakkale (noroeste), onde um violento incêndio devastou casas e intoxicou dezenas de residentes.
O alerta vermelho de onda de calor está também em vigor em várias regiões dos Balcãs Ocidentais, com as temperaturas a atingirem os 41°C em algumas zonas, no sul da Bósnia, no Montenegro e na Albânia.
Na Albânia, onde 34.000 hectares arderam desde julho, foram mobilizados aproximadamente 800 soldados para auxiliar os bombeiros a lutar contra 14 incêndios, anunciou o Ministério da Defesa do país.
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE