Portugal

A misteriosa ilha portuguesa que desapareceu dos mapas

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 4 horas atrás em 11-08-2025

Imagem: DR

Imagine uma ilha com extensos areais banhados por águas cristalinas, um refúgio natural no extremo sul de Portugal. Este lugar enigmático, conhecido como Ilha dos Cães, carrega uma história repleta de mistérios e transformações ao longo dos séculos.

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Localizada no cabo de Santa Maria, ponto onde Portugal termina, a Ilha dos Cães aparece em mapas antigos, embora hoje a sua localização exata seja incerta. Acredita-se que se trate de uma das ilhas barreira que protegem a costa algarvia e os baixios da Ria Formosa, uma região de constante mudança devido às marés e ventos que moldam os bancos de areia e deslocam as barras que separam as ilhas.

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Essa instabilidade natural levou ao desaparecimento das antigas estruturas defensivas que um dia ali existiram, como fortins que foram engolidos pelo terreno e pelo mar. Além disso, o devastador terramoto de 1755 e a onda gigante que se seguiu alteraram para sempre a geografia destas ilhas, pode ler-se na VortexMag.

As primeiras referências à presença humana na Ilha dos Cães remontam a 1522, quando serviu como ponto de quarentena para viajantes suspeitos de portar peste bubónica. Conhecida também como Ilha dos Leprosos, era um lugar inóspito e sujeito não apenas à força da natureza, mas também às investidas de piratas.

No século 19, apesar das dificuldades, pescadores começaram a estabelecer-se ali, construindo cabanas e estruturas para a pesca, dando origem aos núcleos habitacionais que existem até hoje, como o de Culatra.

O nome “Ilha dos Cães” pode estar ligado aos fiéis cães de água que acompanhavam os pescadores, ajudando a capturar peixes e a proteger as embarcações. Estes cães, conhecidos pela sua inteligência, resistência e habilidade para nadar, também foram companheiros do rei D. Carlos em campanhas oceanográficas a bordo do D. Amélia.

Embora as cartas náuticas do século 19 tenham esquecido a existência da Ilha dos Cães, a raça do cão de água, considerada a mais rara do mundo nas décadas de 70 e 80, tem hoje recuperado seu prestígio, tornando-se um animal de companhia popular mundialmente.

A Ilha dos Cães permanece um símbolo da riqueza natural e histórica do Algarve, um lugar onde passado e presente se entrelaçam nas ondas e areias do sul português.

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