Política

“Imposição” de nome leva ao abandono do candidato do Chega em Soure

António Alves | 1 hora atrás em 10-08-2025

Tiago Martins declinou sexta-feira o convite do Chega para encabeçar a lista do partido ao município de Soure. Imposição de um nome para a Assembleia Municipal foi “a gota de água”.

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Anunciado em março deste ano como candidato ao município de Soure, o granjense apresentou-se como o rosto de um projeto que pretendia avançar no concelho com “uma visão renovada, assente na proximidade, na transparência e no compromisso real com o desenvolvimento sustentável do concelho”.

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Na primeira semana de agosto, decidiu gravar um vídeo onde leu uma carta aberta ao líder do partido André Ventura, dando-lhe um prazo de 48 horas para este responder.

Nessa missiva, cita o dirigente Pedro Pinto, o qual estaria a impor o nome de “uma pessoa que foi candidata há 4 anos e que ninguém conhece de lado nenhum, não é vista nem é achada”. No seu entender, “temos pessoas presentes, pessoas ativas, pessoas que conhecem a comunidade, mas ele insiste nesse nome.

“Quando, na verdade, tenho pessoas credíveis que vivem em Soure, que são de Soure há muitos anos, que conhecem a comunidade toda”, afirmou.

Para corrigir essa situação, Tiago Martins deu um prazo de 48 horas (dois dias) ao líder André Ventura para corrigir essa situação, garantindo que só depois de uma resposta positiva é que iria entregar as listas junto do tribunal.

“Só vou entregar quando tu tomares a decisão, se vais continuar a proteger quem estraga o partido, se vais dar valor a esse favor do Pedro Pinto, essa dívida, essa história mal contada, se vais ser igual ao PS ou ao PSD ou se realmente vais ter a coragem que os portugueses esperam que tu tenhas”, frisou.

No texto de apresentação desta carta, o candidato natural de Granja do Ulmeiro lembra que “quando dizem que os políticos só querem tachos, esta é a prova que não é bem assim e que há pessoas honestas, capazes de ir contra o partido quando as coisas estão mal. Não tenho e nunca tive fome de poder, tenho sim vontade de servir e ajudar, com honestidade”.

Veja o vídeo publicado na quarta-feira, 6 de agosto

No dia 8 de agosto, precisamente 48 horas depois do prazo dado ao líder do partido André Ventura, Tiago Martins lamentou que este vá “permitir o favor imposto de Pedro Pinto”.

“No partido que tanto conquistou a atenção dos portugueses e que para muitos era a esperança de Portugal, nunca poderia existir compadrio interno, nunca. Insistir em pessoas que não são de Soure, que não vivem em Soure e que não têm nenhuma noção da realidade de Soure, é nada mais nada menos do que escolher o fracasso e insistir em perder a credibilidade. Estou desiludido e triste, mas de consciência tranquila”, referiu.

Perante esta situação, comunicou a desistência da sua candidatura desejando “sucesso a todos os candidatos e, por favor, façam os possíveis para Salvar Soure”. “Independentemente de quem ganhar, não boicotem nada por causa de “rancor pessoal” em Assembleia Municipal”, concluiu.

Veja o vídeo publicado pelo ex-candidato no dia 8 de agosto

O Notícias de Coimbra contactou o líder da distrital do partido e deputado na Assembleia da República. Paulo Seco referiu que a escolha de Tiago Martins foi da sua responsabilidade “por ser alguém novo e que poderia ajudar a conquistar o eleitorado jovem do concelho, ao ponto de lhe ter dado oprtunidade de fazer parte da lista às eleições legislativas de maio de 2025”.

Sobre esta postura do candidato, escusou-se a comentar, referindo que o partido já tem um novo cabeça de lista a ser apresentado na semana em que termina o prazo de entrega de listas ao tribunal (data limite é 18 de agosto).

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