Portugal

Morreram sozinhos: 97% dos afogamentos aconteceram sem vigilância

Notícias de Coimbra | 23 minutos atrás em 26-07-2025

A Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (FEPONS) registou 121 mortes por afogamento em Portugal continental no ano passado, uma redução de 21,9% face a 2023, quando se contabilizaram 155 óbitos, foi anunciado.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

publicidade
publicidade

Os dados do Relatório Nacional de Afogamento 2024, do Observatório do Afogamento da FEPONS, revelam um “decréscimo encorajador”, continuando, no entanto, a “exigir vigilância e ação sustentada por parte de toda a sociedade”.

PUBLICIDADE

O documento, divulgado no âmbito do Dia Mundial de Prevenção do Afogamento, que se assinalou na sexta-feira, destaca que a maioria das vítimas são homens (76,9%), confirmando uma “tendência persistente”, e as faixas etárias mais afetadas estão fixadas entre os 55 e os 59 anos (11,6%) e entre os 70 e os 74 anos (8,3%).

Em 2024, os locais com maior número de ocorrências foram o mar (41,3%), seguido pelos rios (31,4%) e poços (9,9%).

De acordo com FEPONS, a maioria das mortes ocorreu à tarde (44,6%), e 97,5% dos casos aconteceram em locais sem vigilância por nadadores-salvadores.

“Apenas três das 121 mortes ocorreram em zonas vigiadas durante a época balnear, o que sublinha a eficácia da presença de nadadores-salvadores”, salienta o relatório, que inclui análise por género, idade, distrito, tipo de local, horário e atividade.

A FEPONS lembra ainda que o número mais elevado de afogamentos verificou-se em abril, com 21,5%.

Também defende a importância de programas de educação para todas as idades, como o SOS Afogamento, o Programa Nadador Salvador Júnior, o Programa Escola de Segurança Aquática, o Salvamento Aquático Desportivo, formações para profissionais e projetos em parceria com escolas, municípios e instituições de saúde pública.

“Apelamos a que todos façam parte da solução. Cada afogamento é evitável e a prevenção começa com informação, educação e vigilância qualificada”, sublinha.

Desde o início de 2025 até ao final de maio, já morreram 49 pessoas em Portugal continental, o terceiro valor mais alto desde 2017.

A FEPONS precisa que com 49 mortes registadas, este ano apresenta já o 3.º pior resultado desde 2017, apenas superado por 2024 (58) e 2022 (52) no mesmo período.

O Observatório do Afogamento é um sistema criado pela FEPONS, para contabilizar as mortes por afogamento em Portugal.

O registo é realizado por ‘links’ de recortes de jornal ou imagens destes.

A época balnear deste ano tem mais 10 praias vigiadas, num total de 605, informou no início do mês o Governo, que apelou à população para que cumpra as orientações de segurança.

De acordo com o Ministério do Ambiente e Energia, foram oficialmente reconhecidas 740 praias, das quais 605 têm vigilância por nadadores-salvadores – mais 10 praias vigiadas do que no ano passado.

Em 2025, Portugal conta com 673 águas balneares identificadas, mais nove do que em 2024, sendo áreas que podem corresponder a mais do que uma praia.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE