O Município de Cantanhede assinalou esta sexta-feira, 25 de julho, o 34.º aniversário da sua elevação a cidade.
A data foi comemorada com uma sessão solene presidida por Helena Teodósio, presidente da Câmara Municipal, que destacou o significado simbólico, histórico e cultural da ocasião, assim como os principais desafios do concelho.
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Na sua intervenção, Helena Teodósio sublinhou a importância de manter viva a ligação à identidade coletiva:
“O que aqui se evoca não diz apenas respeito ao passado, o que aqui se evoca é também tudo o que dá sentido ao esperançoso desígnio coletivo que mobiliza quem aqui vive e trabalha”, referiu.
A autarca optou por não apresentar um balanço do mandato, justificando essa decisão com o atual contexto político:
“Estamos numa sessão de celebração institucional que deve ficar imune à tentação de interpretações político-partidárias, mantendo a separação clara entre o tempo da gestão do município e o tempo da escolha democrática livre e consciente dos cidadãos.”
Ainda assim, abordou uma mudança relevante no funcionamento da autarquia: a transferência de competências da Administração Central para o poder local. Teodósio frisou a complexidade deste processo, nomeadamente na área da Saúde:
“Foi longo e duro o processo negocial e, no caso das competências na área da Saúde, fomos até um dos últimos a assinar o auto de transferência.”
A presidente destacou o papel determinante dos funcionários municipais no sucesso da gestão local:
“É da mais elementar justiça reconhecer que os resultados alcançados não seriam possíveis sem o seu empenho diário, sem a competência técnica que demonstram, sem a dedicação constante com que assumem a sua missão ao serviço do interesse público.”
Durante a cerimónia, foram homenageados funcionários que completaram 25 anos de serviço e aqueles que se aposentaram no último ano. Também empresários e associações locais foram distinguidos pela sua contribuição para a economia e para a coesão social e cultural do concelho.
“As empresas não são apenas unidades produtivas ou entidades que geram riqueza. Elas são importantes agentes de transformação social, criando empregos, fixando populações, promovendo qualificações e ajudando a construir trajetórias de vida.”, salientou a autarca.
No campo da ciência, foi entregue a Bolsa de Inovação Científica Professor Doutor António Lima de Faria a Sara Cabral Martins Pêgo, aluna de doutoramento em Biologia Experimental e Biomedicina, que realizou um estágio na Universidade da Califórnia do Sul.
A literatura também teve lugar de destaque com a entrega do Prémio Literário Carlos de Oliveira ao autor Henrique Levy pelo romance “Os Pássaros de Dódóia”, bem como a atribuição de duas menções honrosas.
Na parte final do discurso, a presidente apontou uma série de desafios estratégicos para o concelho e para a região, nomeadamente a captação de investimento, políticas de habitação, coesão territorial, valorização ambiental e promoção da cidadania ativa.
Helena Teodósio deixou ainda um repto aos deputados presentes, apelando à revisão da Lei das Finanças Locais: “Portugal precisa de um poder local forte, desafiante, empenhado e solidário. Portugal precisa de autarcas motivados.”
A cerimónia reafirmou o compromisso do Município de Cantanhede com um desenvolvimento sustentável, centrado nas pessoas, na inovação e na valorização da identidade local.
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