A Terra está a girar ligeiramente mais depressa, encurtando os dias em milissegundos. Embora imperceptível para o dia a dia das pessoas, esta mudança levanta preocupações no mundo científico e tecnológico, já que afeta sistemas que exigem uma precisão extrema, como satélites, redes elétricas e telecomunicações.
Este verão, o dia 10 de julho foi o mais curto do ano, com menos 1,36 milissegundos do que as habituais 24 horas. Esta aceleração da rotação, observada desde 1972, pode levar à implementação de uma medida sem precedentes: a subtração de um segundo ao Tempo Universal Coordenado (UTC). Até hoje, nunca foi retirado tempo ao relógio global — apenas adicionados segundos bissextos positivos.
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A possível introdução de um “segundo bissexto negativo” está a ser analisada com cautela pelos especialistas, uma vez que nunca foi testado e poderá causar falhas em sistemas informáticos críticos — comparáveis às preocupações sentidas na passagem para o ano 2000, com o chamado bug do milénio (Y2K), refere a CNN.
De forma surpreendente, o degelo provocado pelas alterações climáticas tem ajudado a atrasar essa necessidade. A redistribuição de massa nos oceanos, causada pela fusão de gelo na Gronelândia e na Antártida, está a contribuir para abrandar ligeiramente a rotação da Terra — um efeito inesperado do aquecimento global que, por agora, evita um ajuste drástico no tempo universal.
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