A Cleanwatts anuncia, esta quinta-feira, uma reestruturação do seu grupo de empresas. A principal alteração na estratégia passa pela autonomização da unidade de negócio digital, que se irá focar na implementação de baterias junto de ativos renováveis, para além das suas soluções de eficiência energética behind the meter, tanto em Portugal como no mercado internacional.
A reflexão que se seguiu ao apagão sentido em Portugal e Espanha em abril, levou a Cleanwatts a focar-se nas soluções que permitem aumentar a resiliência dos seus clientes e das redes elétricas a fenómenos como este: as Comunidades de Energia e a eficácia da utilização das ferramentas de inteligência artificial.
A reestruturação tem efeito já este mês e visa também aumentar a competitividade e a eficiência operacional da empresa.Esta decisão estratégica permite à divisão de projetos de energia da Cleanwatts captar investimento para a criação e gestão de Comunidades de Energia de forma sustentada, alinhada com as necessidades e o crescimento do mercado, e que proporcionem maiores poupanças dos custos com energia a clientes industriais e comerciais.
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Em paralelo, a agora denominada Cleanwatts Digital, que será autónoma, vai focar-se no desenvolvimento tecnológico na área da eficiência energética e no emergente mercado da flexibilidade, com o objetivo de responder aos desafios da transição energética. A empresa pretende reforçar a resiliência das redes elétricas e dos mercados, nacionais e internacionais, uma necessidade tornada evidente pelo recente apagão. Ambas as empresas mantêm o compromisso comum de acelerar a transição energética através de soluções inovadoras, sustentáveis e adaptadas às realidades locais.
“A geração de eletricidade descentralizada é o caminho mais simples para a transição energética. Além de ter um custo de produção baixo, pode ser armazenada e permite descarbonizar grande parte dos consumos da nossa economia, como o transporte terrestre e a geração de calor industrial”, comenta o CEO da Cleanwatts, Pedro Antão Alves.
Portugal terá um elevado crescimento deste tipo de geração energética, baseado no Plano Nacional de Energia e Clima. “Esta realidade vai permitir tornar o país numa referência para a reindustrialização da Europa, baseada em energia limpa, endógena e a um preço competitivo”, acrescenta Pedro Antão Alves.
A Cleanwatts continuará a financiar e a gerir centrais fotovoltaicas para empresas industriais e comerciais, e a exportar o excedente para clientes na vizinhança no formato de Comunidade de Energia, para que ambos possam gozar de um preço de energia mais baixos.
“A transição energética é fundamental, mas sempre dissemos que ela traria custos. Apagões vão repetir-se, o que temos é de os tornar mais curtos e quase impercetíveis. A tecnologia hoje permite isso”. Basílio Simões, cofundador da Cleanwatts, olha para a reorganização da empresa como uma oportunidade de crescimento das soluções digitais da Cleanwatts num mercado em constante mudança. “Desde a sua criação, a oferta digital faz parte do ADN da Cleanwatts e foi herdada das suas antecessoras. As empresas que criaram o que é hoje a Cleanwatts sempre se moveram por uma gestão eficiente de consumos que permite a várias empresas portuguesas um controlo total e informado das suas operações, tornando-as pioneiras na área da flexibilidade energética. A Cleanwatts Digital torna-se mais um capítulo de uma história de sucesso, focada na transição digital e energética de empresas por todo o mundo”, afirma.
Mantendo a sua sede em Coimbra, a Cleanwatts Digital dedica-se agora exclusivamente ao sistema operativo, já em operação, concebido especificamente para a gestão de ativos energéticos, incluindo centrais de produção e carregadores de veículos elétricos, com especial enfoque no crescente mercado da flexibilidade, impulsionado pela crescente viabilidade económica das baterias. A sua equipa multidisciplinar pretende alavancar esta plataforma modular, interoperável e localizável, que opera na cloud e permite a conectividade perfeita desses ativos energéticos para a sua otimização, possibilitando uma maior resiliência da rede e a gestão das transações nos mercados locais de energia.
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