O ministro do Ambiente guineense, Viriato Cassamá, afirmou hoje que o povo se sente orgulhoso de ver “finalmente o seu património reconhecido à escala global”, referindo-se ao arquipélago dos Bijagós, elevado a património mundial natural pela UNESCO.
Cassamá, que também tutela a pasta da Biodiversidade e Ação Climática, reagiu, pelas redes sociais, ao anúncio feito hoje pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) durante a 47.ª Sessão do Comité do Património Mundial, realizada em Paris, França.
“Este é um triunfo coletivo, que honra todos os técnicos, investigadores e defensores do ambiente que, ao longo dos anos, dedicaram-se à proteção, conservação da biodiversidade e ao combate às alterações climáticas na Guiné-Bissau”, enfatizou o governante.
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Engenheiro ambiental, com formação em Portugal e na Inglaterra, Viriato Cassamá enalteceu ainda os trabalhos técnicos conduzidos por guineenses, alguns já falecidos, pela sua “visão pioneira e compromisso inabalável com a proteção do património natural”.
Cassamá sinalizou ainda que aqueles técnicos “lançaram as bases” para o que considera ser “momento histórico”.
“Com esta inscrição, o dia 13 de julho de 2025 entra para os livros da História da Guiné-Bissau. Celebra-se a natureza, a ciência, o compromisso com as futuras gerações e, acima de tudo, o orgulho de um povo que vê o seu património finalmente reconhecido à escala global”, notou o ministro do Ambiente guineense.
Viriato Cassamá exorta o povo guineense a celebrar o feito, especialmente nas ilhas e ‘tabancas’ (comunidades rurais) do arquipélago, que considera de “berço desta riqueza natural incomparável”.
Em representação do Governo da Guiné-Bissau, Cassamá foi quem recebeu a distinção da elevação do arquipélago dos Bijagós como Património Mundial Natural da UNESCO.
Do total de 88 ilhas que compõem o arquipélago da costa ocidental de África, 23 são habitadas.
As ilhas Bijagós já conquistaram várias distinções, também da UNESCO, concretamente Reserva da Biosfera, em 1996, Don a Terra, em 2001, e Sítio RAMSAR, em 2014, pela importância desta zona húmida a nível internacional.
A candidatura, agora aprovada, do “Ecossistema Marinho e Costeiro do Arquipélago dos Bijagós – OMATÍ MINHÕ” concentra-se nos três parques naturais, concretamente o Parque Natural das Ilhas de Orango, o Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão e a Área Marinha Protegida Comunitária das Ilhas Urok e a ligação entre esses três parques.
Trata-se da zona mais relevante do ponto de vista da biodiversidade nas ilhas e ilhéus onde desovam tartarugas, habitam hipopótamos e se alimentam aves migratórias.
Os três parques naturais abrangidos são apontados como “a parte central da biodiversidade”, como “zonas que permitem uma grande produtividade, que têm impactos além-fronteira”.
Servem de “zona de alimentação para as aves que vêm de longe, às comunidades, às pescas”, e permitem “a reprodução de um ciclo importante da biodiversidade ameaçada, como as tartarugas marinhas, tubarões e raias”.
Estão, também, na rota migratória de aves do Atlântico Leste.
O modo de vida e a cultura do povo Bijagós distinguem também estas ilhas da costa ocidental africana.
As Bijagós são também procuradas pelas praias e pesca, com um turismo ainda reduzido aos expatriados das várias organizações a trabalhar no país e a pescadores desportivos, sobretudo de países francófonos.
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