O tão aguardado Metro Mondego começará a operar de forma preliminar já em setembro, com viagens gratuitas para os cidadãos entre o Alto de São João e a Portagem, em Coimbra.
A operação comercial completa está prevista para arrancar até ao final do ano, confirmou João Marrana, presidente do Conselho de Administração da empresa Metro Mondego.
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Antes disso, em agosto, será lançada uma fase de demonstração nos três concelhos abrangidos — Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã — onde os cidadãos poderão experimentar gratuitamente o novo sistema de mobilidade durante fins de semana selecionados.
“Estas viagens serão uma forma de mostrar às pessoas que o sistema está pronto e funcional. Servem também para criar confiança e familiaridade com os veículos e as infraestruturas”, explicou João Marrana, destacando que todo o serviço será gratuito durante estas fases iniciais.
No entanto, a operação comercial completa ainda depende da certificação final do sistema de sinalização ferroviária, obrigatória nos troços suburbanos de via única. Esta certificação está a ser emitida por uma entidade externa e é essencial para garantir a segurança da circulação dos veículos.
“Infelizmente, estamos com um atraso de cerca de três meses face ao planeado, devido a processos complexos de licenciamento e, em Coimbra, também por questões arqueológicas descobertas durante as obras”, disse o responsável.
O Metro Mondego promete transformar profundamente a mobilidade da região centro, substituindo o antigo ramal ferroviário da Lousã por uma rede moderna de Bus Rapid Transit (BRT) com frequências de 10 a 15 minutos, veículos elétricos, acessibilidade total e um traçado mais direto e rápido.
Para os habitantes de Miranda do Corvo e da Lousã, a melhoria será particularmente notória, com menos curvas, viagens mais curtas e veículos mais confortáveis. Já em Coimbra, o sistema trará uma mobilidade urbana fluída e intuitiva, com impacto direto na qualidade de vida e redução do uso do automóvel privado.
Além da rapidez e conforto, o Metro Mondego abre espaço a políticas de redução do tráfego automóvel, como zonas exclusivas para peões — caso da Rua da Sofia — e integração com parques de estacionamento periféricos, no modelo park and ride.
“É um salto qualitativo enorme. As pessoas vão poder simplesmente dirigir-se à paragem e, poucos minutos depois, têm um veículo a passar. Não é necessário conhecer horários. É um serviço contínuo, simples e eficaz”, sublinha João Maganha.
Apesar do avanço das obras entre o Alto de São João e a Portagem, há ainda intervenções por concluir, nomeadamente na ligação à zona hospitalar, na Cruz de Celas e no troço urbano até Coimbra B, cuja conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2026. As intervenções foram condicionadas por redes subterrâneas antigas e descobertas arqueológicas, incluindo uma ponte de origem românica.
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