Na Baixa de Coimbra, Rua da Louça, n.º 59, entre o vaivém apressado de estudantes e turistas, há um sítio que parece ter sido desenhado com um único propósito: homenagear o mais suculento e pecaminoso dos prazeres gastronómicos português: leitão. Falo-vos de O Bolotas.
Ali, o leitão vem da Bairrada, como mandam as regras — de onde poderia vir? A pele estala ao toque dos dentes, o molho picante escorre pelo pão ainda morno e, por breves segundos, o resto dissolve-se. Não há contas para pagar, não há e-mails para responder, não há sequer palavras. Só há carne tenra, gordura divina e um ligeiro ardor que nos lembra que o prazer, como tudo o que importa, tem um custo.
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Longe de ser um daqueles templos de turismo gourmet, que infestam os centros históricos, O Bolotas é outra coisa, é culto popular. É uma espécie de santuário para os que sabem que o segredo de uma vida bem vivida cabe entre duas fatias de “pão de água” seco e estaladiço. É esta democracia de paladar que faz d’O Bolotas mais do que um snack-bar, um ponto de encontro cultural.







O nome — O Bolotas — parece brincalhão, mas tem uma sabedoria. Porque só quem tem raízes profundas, como os sobreiros e as suas bolotas, pode sustentar algo que alimente a alma. O Bolotas não se leva demasiado a sério, mas o que sai da sua grelha é coisa sagrada.
Em Coimbra, terra de tradições e amores quase eternos, O Bolotas é uma carta de sabores ao leitão e, também, àquilo que nos une: a busca incansável por algo simples que desejamos perfeito. E, no final, talvez seja isso que todos procuramos — uma sandes que nos saiba a casa, um molho que nos faça arder a língua e que nos deixe saudades para voltarmos sempre.
O horário de funcionamento é: de segunda-feira a sexta-feira, das 8:30 às 18:00; sábado, das 8:30 às 13:00. Domingos encerrado.
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